“Predadores de Cristo”. A reflexão de Sousa Tavares contra padres que é um elogio aos pais e mães
Miguel Sousa Tavares partilhou uma reflexão a respeito do tema padres e crianças, que tem dominado as notícias nos últimos dias. E as palavras do escritor estão a tornar-se virais, dado que convidam a uma reflexão sobre o papel dos padres na sociedade no que à forma de encarnar as crianças diz respeito.
Ao mesmo tempo, a reflexão tem sido encarada como um elogio do escritor aos pais e mães que cuidam dos filhos e tentam estar em todos os momentos das suas vidas.
É que, pelas leis do Vaticano, os padres da igreja Católica estão impedidos de casar e de constituírem uma família, ter filhos e criar descendência, sendo que se entregam à religião.
E, por isso, Miguel Sousa Tavares entende que existem sentimentos que um pai e uma mãe têm pelos filhos que os padres não conseguem alcançar.
“Os padres nunca tiveram filhos”
“Os padres nunca tiveram filhos, nunca os viram crescer no útero de uma mãe, nunca os viram nascer, nunca os vigiaram nas doenças”, assinalou o escritor, não se dentendo.
“Nunca os levaram à escola, nunca brincaram com eles, nunca sofreram por eles, nunca sentiram que dariam a vida por eles, nunca perceberam que poderiam matar por eles”, acrescentou Miguel Sousa Tavares.
Perante isso, o escritor e comentador entende que os padres que são suspeitos de abuso de crianças são “predadores de Cristo”.
“O que esses predadores de Cristo andaram a fazer aos filhos de outras mulheres e homens ao longo de décadas e séculos, nos seminários, colégios, retiros e paróquias, está muito para além da capacidade de perdão”, defende Miguel Sousa Tavares, no Expresso.
Conclusões da comissão em breve no Ministério Público
Ao longo das últimas semanas têm sido revelados testemunhos de pessoas, algumas delas já em idade adulta, que relatam que foram alvo de ameaças e abusos por parte de figuras ligadas à igreja Católica.
As conclusões foram encontradas por uma comissão independente que tem estado a investigar o caso e que em breve irá entregar as conclusões quer ao Ministério Público quer à Conferência Episcopal Portuguesa.