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“Conceito alargou-se de tal maneira que toda a gente põe o dedo no ar para ser vacinada”

Miguel Sousa Tavares criticou as ‘guerrinhas’ entre vários grupos profissionais pela colocação na lista de prioridades para a vacinação contra a covid-19.

“É lastimável. O conceito de indispensável ao funcionamento do país alargou-se de tal maneira que toda a gente põe o dedo no ar”, lamentou o jornalista e comentador.

Como exemplo, lembrou os protestos do sindicato dos funcionários judiciais, que se manifestou “contra o facto de serem vacinados os magistrados e a ministra da Justiça não ter falado deles”.

“Eu estou de acordo, se os magistrados são essenciais ao funcionamento dos tribunais eu não conheço magistrados que funcionem sem os funcionários. Mas a pergunta é: Têm que ser todos porquê? Hoje em dia, nos tribunais superiores, os magistrados trabalham a partir de casa, mas os funcionários estão lá os dias todos”, salientou.

Grupos como bombeiros, polícias e militares não tem razões para contestar as alterações ao plano de vacinação contra a covid-19, insistiu Sousa Tavares, no comentário para a TVI24.

“Tínhamos polícias e bombeiros saudáveis, novos e que não estavam em contacto com doentes covid-19 a serem vacinados antes dos maiores de 80 anos ou das pessoas com mais de 50 anos com doenças congénitas”, apontou.

A prioridade tem de ser “salvar vidas”, reforçou: “É o que se está a fazer em todos os países civilizados há muito tempo e Portugal era a exceção. Em Portugal havia uma máquina, quase toda ligada à administração pública, que tinha preferência”.

Se ninguém contestou que os profissionais na linha da frente tenham sido os primeiros a serem vacinados, “a seguir começaram a vacinar autarcas, funcionários dos lares, bombeiros que não estavam ligados a tranportes de doentes e por aí fora”, acrescentou.

“Pelo andar da carruagem, íamos ter 800 mil pessoas na órbita da administração pública a serem vacinadas…”, finalizou Miguel Sousa Tavares.

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