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Menezes diz ter perdido no Porto por causa da “cruzada” de Rio, Portas e CDS

luis filipe menezes 2cm porto bigA pesada derrota autárquica do PSD no Porto tem, para Menezes, quatro responsáveis: Rui Rio, Paulo Portas, CDS e o próprio Menezes. A “cruzada” de que foi vítima, escreveu o candidato derrotado, provocou um “momento devastador para a imagem” do PSD.

O combate autárquico no Porto foi, para Luís Filipe Menezes, “um combate difícil, o que se conhecia de antemão”. O que o cabeça de lista do PSD, que ficou atrás do vencedor Rui Moreira e do socialista Manuel Pizarro, não sabia antes é seria vítima de uma “cruzada”, que coincidiu com “um momento devastador para a imagem” do partido.

Através de um email a que a Lusa alega ter tido acesso, enviado ontem aos militantes, o ex-autarca de Gaia justificou a derrota eleitoral ao apontar o dedo aos quatro responsáveis: Rui Rio, Paulo Portas, CDS e ele mesmo, Luís Filipe Menezes.

Assumindo “por inteiro” as “responsabilidades pessoais”, o candidato ‘laranja’ atacou o rival de longo tempo, Rui Rio, afirmando ter lutado “contra um presidente de Câmara em funções, ainda por cima militante da mesma maioria, que tudo fez, com os seus vereadores e máquina da câmara municipal, para derrotar” a candidatura que Menezes encabeçou.

Os outros dois responsáveis pela derrota expressiva do PSD, no entender do ex-autarca de Gaia, foram o partido que anteriormente governou o Porto em coligação e o respetivo líder: CDS e Paulo Portas. Todos coincidiram numa “verdadeira cruzada” ‘patrocinada’ pela comunicação social, defendeu-se Menezes.

“Foi uma luta contra uma querela política-jurídica, que só foi esclarecida escassos 25 dias antes do ato eleitoral! Contra alguns, poucos, mas mediaticamente protegidos, conhecidos e influentes militantes do PSD. Contra o CDS institucional e o seu líder, parceiros empenhados da coligação em funções governativas no país e em Gaia”, reforçou.

Menezes escreveu ainda que as autárquicas no Porto foram “uma luta contra um momento político, económico e social devastador para a imagem do partido em que milito há mais de 30 anos”, argumentando: “contra largos setores da comunicação social e da opinião publicada, que desenvolveram uma verdadeira cruzada contra a possibilidade do Porto mudar da forma que preconizávamos”.

Uma mudança que “não vai morrer”, garantiu o candidato derrotado: “o repovoamento da cidade, o combate às assimetrias sócioeconómicas, a imposição internacional da Marca Porto, a internacionalização da Universidade, a perenização de uma grande cidade de Turismo Cultural e de Congressos, a aposta na Cultura e nos seus agentes, a capacidade autónoma para captar investimento e crescer, a definição do conceito da cidade região cuja dimensão vai de Coimbra ao Cantábrico, constituíam traves mestras de uma ideia que não vai morrer”.

Satisfeito porque “a campanha ativa e forte e, principalmente, um programa globalmente coerente ficam como legado importante de um magnífico percurso”, Menezes admitiu ter perdido “uma importante batalha” e mostrou-se orgulhoso pelo “enorme exercício de militância cívica” que protagonizou.

“Assim não o acharam os eleitores cuja soberania nunca contestamos e muito respeitamos”, lamentou, no texto do email: “cabe-nos desejar muita boa sorte aos eleitos para governar, cabe-nos ser uma oposição responsável e construtiva”.

“Sem maniqueísmos auto convencidos”, o projeto que apresentou era “o que melhor serviria Portugal nesta complexa encruzilhada histórica”, garantiu Menezes, considerando ser este “o momento” para “formalmente agradecer a generosidade e a solidariedade” de quem o acompanhou “durante um longo ano de combate político”.

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