Mazda 100 anos a desafiar convenções
A Mazda está a celebrar o centenário da sua história como fabricante de automóveis, quase sempre pautados pela irreverência, já que muitos dos seus modelos traduziram inovações que desafiam as convenções na indústria.
O construtor de Hiroshima, outrora produtor de cortiça, teve a coragem que questionar práticas comuns no setor automóvel, forjando novos cominhos da engenharia e do design, que outros consideravam inviáveis, mas que têm sido a génese da Mazda desde 1920.
É óbvio que a marca de Hiroshima, fundada pelo industrial Juhiro Matsuda a partir do produtor de cortiça Toyo Cork Kogyo Ltd, teve etapas para vencer, começando por um pequeno camião de três rodas, em 1931, caracterizado pela inovadora transmissão de quatro velocidades que recebeu sete anos mais tarde.
Após a segunda guerra mundial a Mazda transformou-se e enfrentou os desafios da década de 1960 com o R360. Um primeiro sucesso para muitos que viriam a seguir e que tecnologicamente tem expressão no século XXI com o bloco Skyactiv-X, o primeiro motor a gasolina de ignição por compressão.
Em 1961, a marca assinou um acordo de licenciamento com o construtor alemão NSU para desenvolver e produzir os seus novos motores Wankel, compactos e leves. Os engenheiros japoneses conseguiriam, então, o que muitos achavam impossível e, em 1967, surgia o futurista Mazda Cosmo Sport 110S, tornando-se no primeiro modelo de produção do mundo dotado de um motor rotativo.
Foi o início de uma notável história de sucesso que permitiria à Mazda lançar muitos outros modelos, incluindo o Mazda RX-7, comercializando cerca de dois milhões de veículos equipados com motores rotativos, ao longo dos anos que se seguiram.
A marca de Hiroshima também provaria a validade dessa sua proeza tecnológica na competição, tornando-se no primeiro fabricante asiático a vencer as exigentes 24 Horas de Le Mans, conquistando a edição de 1991 com o Mazda 787B, modelo de competição equipado com quatro rotores, mantendo-se, até à data, como o único modelo vitorioso com um motor sem pistões.
O motor rotativo viria, mais recentemente, a inspirar a inovadora Tecnologia Skyactiv da Mazda, abrangente conjunto de soluções que integra motores, transmissões, plataformas e carroçarias optimizadas, em nome da maximização da eficiência, e que fez surgir o conceito ‘Jinba Ittai’, estreita ligação entre automóvel e condutor, hoje comum a todos os modelos Mazda.
Mas foi só após a alteração da denominação da empresa para Mazda Motor Corporation, em 1984, que realmente a marca demonstrou a sua paixão pela condução, com o lançamento, em 1989, de um pequeno ‘roadster’, o MX-5, fazendo renascer a paixão pelos descapotáveis de dois lugares, numa época em que estes estavam praticamente extintos. Quatro gerações mais tarde continua a ser o ‘roadster’ mais vendido da história, tendo superado em 2016 a fasquia de um milhão de unidades produzidas.
Na presente era, para além da tecnologia Skyactiv, a Mazda tem outro princípio que a define, a linguagem de design Kodo – A Alma do Movimento. O novo SUV MX-30 é o mais recente exemplo desse princípio.