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Marine Le Pen oficializa mudança de nome do seu partido para “unir a França”

A líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen oficializou hoje a mudança de nome do seu partido, a Frente Nacional, que passará a chamar-se União Nacional, no âmbito da estratégia para atrair o maior número de franceses possível.

Num discurso proferido em Lyon, no leste de França, Le Pen disse que o novo nome foi aprovado por mais de 80 por cento dos militantes do partido que votaram, pouco mais de metade dos inscritos.

Com este momento que descreveu como “histórico”, Marine Le Pen pretende inaugurar uma nova era no partido que o seu pai, Jean-Marie Le Pen, fundou em 1972 e que ela dirige desde 2011, tentando distanciar-se dessa matriz inicial para ampliar a base de apoio, o que fez com que em 2017 passasse à segunda volta das presidenciais.

Apresentando também a nova imagem do partido, a líder assegurou que o objetivo mais imediato são as eleições europeias de 2019, para as quais emitiu um apelo para a unidade de todas as forças políticas “que partilham o mesmo combate”.

Dirigiu-se, em particular, ao soberanista Nicolas Dupont Aignant, com quem já fez uma coligação nas últimas presidenciais.

Muito crítica do que classificou como “o golpe de Estado tentado em Itália”, Le Pen condenou a “tirania dos comissários europeus e dos mercados” e garantiu que as eleições europeias serão “uma autêntica revolução” no continente.

Com o novo nome e a nova imagem, Marine Le Pen pretende ser “mais ouvida, mais convincente e mais eficaz” nos próximos atos eleitorais.

“Faço um apelo a todos aqueles que não querem resignar-se à decadência, a permanecer como espectadores da sua queda”, sustentou.

A mudança de nome da formação partidária conta com muitos inimigos internos, como demonstra o reduzido nível de participação na consulta.

O próprio Jean-Marie Le Pen, excluído da militância pela filha, o criticou numa carta aberta publicada na sua página da Internet, considerando-o “uma traição” e “uma vergonhosa tentativa de apagar a sua identidade” que representa “o mais duro golpe sofrido pelo partido desde a sua fundação”.

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