O comentário na TVI de Marcelo Rebelo de Sousa ao corte das pensões de sobrevivência aponta no sentido de uma “solução justa”, já que a medida deixa de fora os pensionistas com menores recursos. Mas o antigo líder social-democrata encontra neste episódio um “problema de comunicação do Governo”.

Marcelo Rebelo de Sousa comentou, neste domingo, logo após a comunicação ao país do vice-primeiro-ministro Paulo Portas, o corte das pensões de viuvez, aprovado em Conselho de Ministros.

O assunto foi discutido durante uma semana, sendo que ontem Portas esclareceu que só os viúvos que acumulem pensões e tenham rendimentos acima dos 2000 euros poderão ser afetados pela medida. O membro do Governo criticou quem durante a semana andou a “aterrorizar” os idosos.

O antigo líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, entende que estes esclarecimentos sobre os cortes nas pensões de sobrevivência são boas notícias, já que, ao contrário do que se suspeitou, os viúvos com rendimentos precários não perdem parte daquele rendimento. “Assim, é uma solução mais justa”, defendeu Marcelo.

No entanto, a solução justa escondeu um “problema de comunicação do Governo”. Marcelo não compreende a razão pela qual o executivo de Passos Coelho, e em particular Paulo Portas, demorou tanto tempo a clarificar este corte. “Parece que estiveram durante uma semana à procura de um número para apresentar”, sustentou o antigo líder social-democrata.

“Há um problema de comunicação no Governo. É estranho que tenha demorado uma semana – altura em que este assunto veio a público – a explicar aquilo que, segundo Paulo Portas, estava definido há uma semana”, apontou Marcelo.

Segundo o comentador da TVI, não se compreende que o Governo tenha permitido uma semana de dúvidas, após a fuga de informação que tornou público o corte de 100 milhões de euros nas pensões de sobrevivência, acordados com a troika.

Entende Marcelo que o executivo deveria ter prestado todos os esclarecimentos logo no dia seguinte ao boato, em vez de deixar que o ruído se avolumasse.