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Marcelo aguarda “avaliação” da DGS sobre festa do Avante

Presidente da República aceita “jogo político” sobre festa do Avante, mas recusa entrar nele. “Quero entrar numa realidade mais objetiva: chegar o momento em que as autoridades sanitárias definem a sua posição”, disse, nesta quinta-feira.

Marcelo Rebelo de Sousa comentou hoje a controvérsia que envolve a realização da festa do Avante, em virtude das restrições determinadas pela pandemia – restrições essas que não travam a preparação do evento.

“Tenho ouvido dois tipos de considerações sobre essa matéria, que tem atravessado o verão todo. É um tema recorrente que começou na primavera e segue no verão”, começou por dizer, em declarações aos jornalistas.

O Presidente da República não entra no debate sobre o caráter do evento organizado pelo PCP: “Se o organizador diz que é festival, é festival. Se é uma festa religiosa ou política, não é festival. Esse é um debate”, afirmou, sem querer comentá-lo ou emitir juízos de valor.

“Até haver orientação da Direção-Geral da Saúde, admito debate político. E vai continuar, ininterruptamente. Mas eu quero entrar numa realidade mais objetiva: chegar o momento em que as autoridades sanitárias definem a sua posição. E tornar-se-á mais clara a forma como quem manda na saúde em Portugal vê a evolução da epidemia e as regras que são necessárias, bem como o seu papel que quer dar à sociedade portuguesa”, afirmou.

“As autoridades têm de fazer o que cientificamente é aconselhável. Tenho recusado entrar no jogo político, que é respeitável, mas que é um jogo político de cada qual ter a sua opinião sobre as regras sanitárias que a Direção-Geral da Saúde deve emitir sobre este e aquele evento”.

Há outro debate, que não é político, e que “é muito importante” e está relacionado precisamente com “o papel da Direção-Geral da Saúde”.

“A Direção-Geral da Saúde vai ter de fazer uma avaliação. E eu diria até uma avaliação compreensiva para os portugueses, que respeite o princípio de igualdade de tratamento sobre as condições sanitárias que devem rodear os vários eventos”, realçou Marcelo.

E são as regras da Direção-Geral da Saúde que importa ouvir. “A definição das regras tem dois objetivos: o primeiro é garantir que não há problemas de saúde pública; e o segundo é os portugueses olharem para aquilo como um exemplo de boa conduta das autoridades sanitárias”.

“Tenho evitado pronunciar-me, porque acho que não é o tempo. Mas há de chegar o tempo em que as autoridades sanitárias terão de dizer que: ‘olhando para a realidade do país, aquilo que faz sentido é cumprir estas regras, em número, distanciamento’. Para que os portugueses percebem e digam que faz sentido. Teremos de esperar”, insistiu o chefe de Estado.

Marcelo insistiu que “é muito importante” a “capacidade de definição de regras, que não é política, é técnica”. E lembrou que a pandemia está para durar.

“A capacidade de comunicar aos portugueses será uma pedra de toque. Estamos perante uma epidemia que está para durar. E os portugueses não podem descolar das autoridades”, concluiu.

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