Economia

Maioria das PME inquiridas pela CCIP prevê crescimento internacional

A maioria das pequenas e médias empresas (PME) inquiridas num estudo da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) esperam aumentar a sua atividade internacional em 2019, foi hoje revelado num estudo.

De acordo com o estudo ‘InSight’, organizado pela CCIP pelo terceiro ano consecutivo e a que a Lusa teve acesso, 63 por cento das empresas inquiridas prevê que o volume de negócios da atividade exportadora e/ou internacional vá crescer em 2019, ao passo que 26 por cento considera que se vai manter ao nível corrente e 4 por cento que vai decrescer.

Já sobre a entrada em novos mercados este ano, 86 por cento das sociedades inquiridas prevê aumentar o número de mercados em que está presente.

Relativamente ao ano passado, 17 por cento das empresas inquiridas referiu Espanha como mercado que mais contribuiu para a evolução positiva das dinâmicas internacionais, seguindo-se França (14 por cento), e Angola, Alemanha e Reino Unido com 10 por cento cada.

“Para 59 por cento das empresas inquiridas, 2018 foi um ano positivo, de crescimento da atividade internacional, no que aparentemente reflete um cumprimento das expectativas dos gestores (56 por cento dos casos)”, pode ler-se no estudo a que a Lusa teve acesso.

No entanto, e relativamente aos números de 2016 e 2017, “começam a ser expressivas quer as percentagens de empresas nas quais a atividade internacional diminuiu (17 por cento da amostra), quer as percentagens dos respondentes que afirmam que o ano de 2018 ficou abaixo das expectativas (36 por cento da amostra)”.

“Objetivamente, podemos afirmar que estas respostas são um cabal reflexo do abrandamento do ritmo do crescimento das exportações observado a partir de meados de 2018”, de acordo com os autores do estudo.

Ainda assim, “em 2018, cerca de 47 por cento das empresas inquiridas entraram em pelo menos um mercado novo, sendo que 21 por cento afirmam ter aberto dois ou mais novos mercados (em 2017 estas percentagens foram de 46 por cento e 21 por cento, respetivamente)”, pode ler-se no documento.

No topo de novos mercados internacionais, o Brasil ocupa o primeiro lugar, com 7 por cento das empresas inquiridas a terem entrado no país pela primeira vez no ano passado, seguindo-se com 4 por cento os Estados Unidos e a Colômbia, e com 3 por cento Alemanha, Bélgica, Emirados Árabes Unidos e China.

No inquérito, a percentagem de empresas que relata resultados positivos “evolui de forma expressiva, de 42 por cento no caso de empresas internacionalizadas há menos de cinco anos para 78 por cento nas que estão internacionalizadas há mais de dez anos”.

Os empresários inquiridos apontam como maior fonte de preocupação para 2019 o possível aumento das taxas de juro, as políticas protecionistas de Donald Trump nos Estados Unidos, o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e ainda o progressivo aumento do salário mínimo nacional até aos 600 euros.

Em termos estritamente operacionais, 50 por cento das empresas inquiridas relevam as dificuldades de acesso ao financiamento como um fator de preocupação na atividade internacional, seguindo-se o acesso a mão de obra qualificada (47 por cento) e o sistema judicial/justiça económica (39 por cento).

A amostra deste estudo correspondeu a 414 pequenas e médias empresas respondentes, das quais 288 estavam internacionalizadas.

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