O Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, chegou hoje a Macau para presidir às cerimónias do 20.º aniversário da região administrativa especial chinesa e dar posse ao novo Governo.
O avião aterrou no aeroporto de Macau às 16:00 (08:00 em Lisboa).
De mão dada com a mulher, Peng Liyuan, Xi Jinping desceu às escadas do aparelho e cumprimentou o chefe do Governo cessante de Macau, Fernando Chui Sai On, o próximo chefe do executivo, Ho Iat Seng, o primeiro líder de Macau, Edmud Ho, e os membros do atual Governo e vários responsáveis locais.
O Presidente chinês tem à sua espera uma cidade onde foram adotadas medidas de segurança excecionais nos últimos dias, mas com poucos sinais de estar em festa: o que sobra em decorações natalícias falta em bandeiras, tarjas e outros adereços que sinalizem o 20.º aniversário de Macau e a visita do Presidente chinês, a terceira numa década, com a população aparentemente alheada das comemorações.
De acordo com o programa da visita de Xi Jinping, o também líder do Partido Comunista Chinês (PCC) tem hoje um encontro com o atual chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Fernando Chui Sai On, que cessa funções na sexta-feira.
No dia seguinte, Xi Jinping recebe os titulares dos principais cargos do Governo e individualidades de vários setores da sociedade de Macau, território administrado por Portugal até 19 de dezembro de 1999.
Na manhã de sexta-feira, Xi assistirá à cerimónia comemorativa do 20.º aniversário da RAEM e à tomada da posse do quinto Governo de Macau, que será liderado pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa Ho Iat Seng.
Posteriormente, estão previstos no programa oficial encontros de Xi Jinping com os novos responsáveis do Executivo, do poder legislativo e do judicial. O líder chinês deixará Macau nesse mesmo dia.
Mais de 650 profissionais da comunicação social estão registados para fazer a cobertura da visita de Xi Jining a Macau, marcada por medidas de segurança excecionais.
As ligações marítimas de e para Hong Kong foram reduzidas e aumentaram os controlos aos passageiros. E desde terça-feira que as autoridades chinesas estão a proceder a controlos de segurança às viaturas que circulam na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, numa ilha artificial.
Estas inspeções já resultaram em várias detenções e recusas de entrada no território, incluindo a jornalistas acreditados para a cobertura das cerimónias destes dias, segundo relatos dos próprios meios de comunicação social com quem trabalham.
Xi deverá anunciar em Macau medidas de aprofundamento da vertente financeira de Macau, com a criação de uma bolsa de valores imobiliários, garantindo terras para o território se desenvolver na China continental e conferindo-lhe políticas favoráveis ao setor financeiro, em pé de igualdade com a vizinha cidade Hong Kong, marcada há mais de meio ano por protestos pró-democracia que têm desafiado Pequim.
A China reassumiu o exercício da soberania sobre Macau em 20 de dezembro de 1999, após mais de 400 anos de administração portuguesa no território.
Com base no princípio “um país, dois sistemas”, a RAEM mantém o sistema capitalista e os direitos, deveres e liberdades dos seus cidadãos até 2049, gozando de elevada autonomia em todas as áreas, à exceção da defesa e da diplomacia.