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Idai: Mais de 200.000 animais em situação de emergência em Moçambique e Maláui

Mais de 200.000 animais encontram-se em situação de emergência em Moçambique e Maláui, países afetados pelas inundações provocadas pelo ciclone Idai, alertou hoje a organização não-governamental (ONG) Proteção Animal Mundial.

Presente em Chimoio, perto de Beira, uma das zonas de desastre mais afetadas em Moçambique, uma equipa de Proteção Animal Mundial já conta com ‘kits’ veterinários, que incluem antibióticos, analgésicos e remédios caseiros, para tratar até 2.500 animais, como gado, porcos, cães e gatos.

Como parte do trabalho realizado, os elementos da ONG transmitiram noções básicas sobre como lidar e tratar animais em desastres a 25 veterinários de quatro províncias em Moçambique, além de recrutar um grupo de voluntários para prestar assistência básica aos animais necessitados nos próximos dias.

Outro grupo de veterinários está no Maláui desde 22 de março, prestando assistência médica e também a postos para atuar no Zimbabué, igualmente afetado pelo ciclone Idai.

Uma equipa da ONG tem também prestado cuidados a manadas na fazenda Clifton Meadow, onde se produz 94 por cento do leite em Moçambique. Segundo informações de locais à Proteção Animal Mundial, perderam-se 29 animais de um rebanho de 400 na fazenda Clifton Meadow.

“Embora este desastre natural tenha provocado muitas mortes nas regiões da África, as consequências ainda estão a verificar-se, o que agrava mais ainda a situação de fome, miséria e sofrimento de milhares de pessoas e animais”, disse o diretor do programa de resposta a calamidades da Proteção Animal Mundial, Gerardo Huertas.

O responsável afirmou que a “prioridade é tentar evitar uma segunda onda de vítimas e ajudar os animais que estão em situação de necessidade extrema, como fome, desidratação e com alto risco de contaminação”.

Os números exatos da tragédia ainda são desconhecidos, mas há previsão de centenas de milhares ou até milhões de animais afetados.

Aproximadamente mil milhões das pessoas mais pobres do mundo (um sétimo da população mundial) dependem de cavalos, gado e outros animais para alimentação, transporte e meios de subsistência e a Proteção Animal Mundial (anteriormente conhecida como Sociedade Mundial para a Proteção Animal) tem trabalhado ativamente com governos, comunidades e indivíduos desde 1964.

Pelo menos 493 pessoas morreram em Moçambique após a passagem do ciclone Idai, há duas semanas, e das cheias que se seguiram.

O último balanço, apresentado pelas autoridades, aponta ainda para 1.523 feridos e 839.748 pessoas afetadas pelo desastre natural de 14 de março.

Além de provocar pelo menos 786 mortos no total, a passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui afetou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações Unidas.

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