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Hospital de Guimarães acusado de cortes ilegais no salário de enfermeiros em greve

O Hospital de Guimarães marcou faltas injustificadas aos enfermeiros que estiveram em greve, o que originou cortes nos salários. Alguns profissionais ficaram mesmo a dever dinheiro ao hospital. A Ordem dos Enfermeiros já anunciou que vai contestar esta “ilegalidade”.

Em causa estão os 17 enfermeiros que fizeram greve em setembro por não serem pagos como especialistas, apesar de fazerem este serviço. Para além de abrir um processo disciplinar contra estes profissionais de saúde, o Hospital de Guimarães ‘castigou-os’ com faltas injustificadas, o que deu origem a cortes salariais.

Houve assim enfermeiros que no final do mês receberam 90 ou apenas 14 euros de salário, denunciou a delegada sindical Gorete Pimentel. Mas houve ainda o caso de três enfermeiros “com saldo negativo”, ou seja, ficaram a dever dinheiro… à entidade patronal.

“Temos três enfermeiros com saldo negativo, duas que estão de licença sem vencimento (penso que por causa da gravidez) e uma que esteve a trabalhar em setembro e está a dever dinheiro ao Hospital”, revelou Gorete Pimentel.

A Ordem dos Médicos já considerou “ilegal” o corte nos salários de trabalhadores em greve, mas o Hospital de Guimarães argumenta estar “pura e simplesmente a cumprir a lei”.

Os enfermeiros em greve iniciaram “um processo de recusa de assistência a mulheres grávidas e aos seus fetos, colocando em risco essas mulheres e os seus futuros filhos”, explicou o presidente do Conselho de Administração do hospital, Delfim Rodrigues, acrescentando que tal configura “faltas injustificadas e, por conseguinte, dão origem a um processo disciplinar”.

A bastonária da Ordem dos Advogados, Ana Rita Cavaco, associou-se hoje ao protesto contra os cortes nos vencimentos de quem fez greve e salientou que a entidade “nomeou um advogado, já no mês passado”, para “agir contra o Conselho de Administração e contra o ministro da Saúde”.

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