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Históricos do PS confessam incómodo com silêncio do partido sobre as presidenciais

Várias figuras históricas do PS, como Manuel Alegre, estão a criticar abertamente o partido por não se pronunciar sobre as próximas eleições presidenciais.

Depois de Ana Gomes, antiga eurodeputada eleita pelo PS, ter revelado que vai entrar na corrida a Belém, Alegre considerou que o silêncio do partido “desvaloriza o regime”.

“Isto é uma desvalorização da natureza do regime semipresidencialista de que o PS é um dos fundadores”, afirmou o antigo candidato presidencial, em declarações ao Público.

“Não se pode desvalorizar assim o regime semipresidencialista. Os patronos deste regime, como Salgado Zenha, Mário Soares, Sottomayor Cardia e José Luís Nunes, só para falar alguns dos que já não estão entre nós, não ficariam de certeza muito satisfeitos com isto”, insistiu.

No entanto, Manuel Alegre não garantiu, para já, o apoio à socialista Ana Gomes.

Também Henrique Neto, outro histórico socialista que concorreu à Presidência da República, levantou publicamente a voz contra o silêncio do partido.

“É uma aberração que o partido de Mário Soares apoie o atual Presidente sem discussão democrática”, adiantou, em declarações ao Observador, prometendo votar em Ana Gomes.

Com os principais dirigentes socialistas calados, coube a Daniel Adrião, membro da Comissão Política Nacional do PS, apelar ao voto em Ana Gomes. “No meio da sua deriva autoritária, André Ventura ofereceu aos socialistas um forte motivo para se unirem em torno da candidatura de Ana Gomes: assumiu o compromisso de que abandonaria a liderança do Chega se ficasse atrás da Ana Gomes nas presidenciais. Sendo o grande objetivo dos socialistas travar e esmagar a extrema-direita, então temos aqui uma excelente oportunidade de infligir uma humilhante derrota ao líder do Chega e nos livrarmos da ameaça que ele representa para a nossa democracia”, justificou, em declarações ao Público.

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