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Hepatite C: É “imoral” pedir 50 mil euros por um medicamento, diz Paulo Macedo

paulo macedoO tratamento da hepatite C pode chegar aos 50 mil euros, o que o ministro da Saúde considera “totalmente imoral”. Paulo Macedo pede tempo para negociar com a indústria farmacêutica e lembra que o preço proposto para outro medicamento já caiu 60 por cento face à proposta inicial.

O custo dos novos tratamentos da hepatite C chega a ser “totalmente imoral”, afirmou o ministro da Saúde, justificando a demora nas negociações com a indústria farmacêutica.

Segundo Paulo Macedo, os laboratórios chegam a pedir 50 mil euros por um medicamento, um valor exagerado para permitir uma comparticipação.

“O Infarmed está a autorizar tudo o que são casos de ‘life saving’”, ou seja, quando os tratamentos são fundamentais para salvar a vida de um doente, garantiu o governante, em declarações à Lusa.

As associações de doentes continuam a exigir que os novos tratamentos para a hepatite C sejam adotados pelo Serviço Nacional de Saúde, mas os preços pedidos pela indústria farmacêutica têm bloqueado as negociações, de acordo com o ministro.

“O que queremos é ter uma estratégia concertada com outros países que também não aprovaram o medicamento e que são a maioria. Para tentar baixar, porque obviamente o preço é totalmente imoral”, reforçou Paulo Macedo.

Um outro fármaco inovador, também para a hepatite C, já teve uma queda do preço de 60 por cento durante as negociações, frisou ainda o ministro da Saúde.

“Quando estamos a falar de negociações, de aceitar uma proposta/imposição num tempo ou noutro, e isso significa centenas ou dezenas de milhões de euros para os contribuintes, isso não admitimos”, argumentou.

O objetivo passa por integrar Portugal numa estratégia concertada entre vários países europeus, numa escala que torne possível “aceder à inovação” em termos financeiros.

Só assim será possível, no entender de Paulo Macedo, fazer baixar o preço de um grupo de medicamentos inovadores que, no caso da hepatite C, tem mostrado uma margem de 90 por cento de cura.

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