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“Governo tem vindo a encobrir” os contágios nas escolas, acusa a Fenprof

Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, acusou o Governo de “encobrir” o impacto das escolas na escalada dos números da pandemia de covid-19.

Considerando que “era inevitável o encerramento das escolas”, como hoje foi anunciado pelo primeiro-ministro, o sindicalista apontou a falta de rastreios periódicos como um fator para o agravamento da situação epidemiológica.

“Já todos ouvimos as conclusões do estudo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Neste momento, o grupo etário em que a infeção está a aumentar mais é dos 6 aos 10 anos. Logo a seguir vem dos 13 aos 18 e depois dos 18 aos 24. Onde está a subir mais é na população em idade escolar e isto foi desvalorizado, sempre com o discurso de que não é um espaço de contágio”, afirmou Mário Nogueira.

Como exemplo, o dirigente da Fenprof salientou que, quando era detetado um caso de covid-19 numa turma, “iam todos para casa sem testes ou saía apenas o aluno ou o professor infetado”, não havendo testes para o resto.

“É verdade que muito foi feito, mas não foi feito esse rastreio e falou-se sempre um bocado de cor”, acrescentou.

Referindo as conclusões de vários estudos internacionais, Mário Nogueira apontou, em declarações à SIC Notícias, que o número de infetados tem crescido “acima da média” entre a população em idade escolar.

“Os estudos concluem que o funcionamento das escolas faz com que a taxa de transmissibilidade suba mais do que nos locais de trabalho ou mesmo nos transportes públicos”, reforçou o sindicalista, lembrando que, com o funcionamento das escolas, há “milhões de pessoas que se movem”, entre alunos, professores, pais, auxiliares e outros agentes.

“O Governo tem vindo a encobrir a situação das escolas. Basta ir ver as escolas que estão fechadas, os milhares de alunos que estão em casa, para se perceber que manter as escolas abertas é um perigo para o contágio. São um fator para os números a que chegamos e não vale a pena desvalorizar”, insistiu o líder da Fenprof.

Com a atividade letiva a parar por 15 dias, Mário Nogueira deixou um conselho ao Ministério da Educação: “Aproveite para se preparar para o que virá a seguir, seja em regime presencial, seja para a eventualidade de ao fim dos 15 dias termos todos de continuar confinados”.

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