O “gesto positivo” do primeiro-ministro foi bem recebido por António José Seguro. Após a audição com Passos Coelho, o líder do maior partido da oposição agradeceu ao governante por retomar o “clima de diálogo que tinha sido interrompido”, ainda por cima em vésperas duma importante cimeira europeia.
A eventual expulsão da Grécia do euro e o (in)sucesso das políticas de austeridades impostas em Portugal serão temas em discussão na cimeira europeia agendada para quarta-feira. Apesar de se tratar duma reunião informal, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, chamou à residência oficial o líder do PS, o maior partido da oposição e um dos subscritores do acordo com a troika.
“Este gesto retoma um clima de diálogo que tinha sido interrompido”, elogiou António José Seguro, à saída dum encontro que durou quase duas horas. Agora é importante que esta boa intenção tenha continuidade, pois “o diálogo por si só é pouco”.
O líder socialista lembrou que se aproximam “importantes votações” a nível parlamentar, pelo que é preciso “esperar pelos próximos dias” para se saber se do diálogo, retomado entre PS e PSD, podem sair “consensos de que resultem soluções concretas que melhorem a vida dos portugueses”.
Como exemplo, Seguro lembrou que no mesmo dia da cimeira europeia a Assembleia da República vai votar, pela segunda vez, o projeto do PS para apoiar uma adenda aos tratados comunitários que estimule o “crescimento e criação de emprego na União Europeia”. Além desse ponto da agenda, realçou também que daqui a uma semana será discutido o Documento de Estratégia Orçamental. “Aí teremos a oportunidade de testar este diálogo”, antecipou.
