O fim do mundo está por horas (sexta-feira, dia 21) e a vila francesa de Bugarach, que se julga ser o único local a salvo do apocalipse, foi invadida por pessoas que temem pela vida. O fluxo de resistentes levou as autoridades a limitar o acesso à localidade e os jornalistas marcaram presença massiva em Bugarach, perto dos Pirinéus.

Se teme pelo fim do mundo e acreditava que a aldeia francesa de Bugarach poderia ser a salvação, é melhor desistir de fazer a viagem. Em primeiro lugar porque o fim do mundo é já amanhã, sexta-feira, dia 21 de dezembro, e provavelmente não chegará a tempo. Em segundo lugar porque o mundo correu para Bugarach, que perdeu a pacatez necessitou até de acesso condicionado pela polícia.

Apenas os moradores, polícias em serviço e jornalistas com acreditação podem entrar na localidade. Foram colocados postos de controlo nas fronteiras de Bugarach, em virtude do inusitado fluxo de pessoas que se verifica, o que coloca a segurança em risco de crentes no mito, que querem escapar ao fim do mundo.

Os 180 residentes nesta localidade francesa ficaram boquiabertos quando viram o mundo acorrer para a vila, que é considerada o único pedaço de terra a salvo do apocalipse. Os moradores têm um passe que lhes permite entrar na sua aldeia. E contaram-se mais de 200 pedidos de acreditação de jornalistas, que querem contar as histórias de Bugarach, neste dia 21 de dezembro.

Prevê-se uma grande afluência à aldeia, desde curiosos a receosos do fim do mundo, pelo que as autoridades tiveram de intervir. O presidente da Câmara de Bugarach já lançou o alerta. “Não venham! Só encontrarão dificuldades… E correm o risco de enfrentarem problemas físicos”, disse.

Esta invasão a Bugarach não está a ser protagonizada apenas por receosos do fim do mundo. Há quem queira ver “loucos” e que esteja no local do fim do mundo à espera do que não vem: o fim. “Se o mundo acabar, será porreiro, porque ficaremos a salvo e ainda teremos a polícia a proteger-nos”, disse um turista.

No dia 21 de dezembro, estarão 150 polícias em Bugarach, onde foi montada uma tenda de primeiros-socorros, para prestar apoio, caso o fim do mundo não se confirme e os sobreviventes fiquem… magoados.

O mito de que o fim está por horas deixou parte do mundo a preparar-se para o fim, com verdadeiras loucuras, em nome da sobrevivência, no pós-21 de dezembro. O mito nasceu no início de um ciclo do calendário da civilização pré-colombiana. Precisamente na sexta-feira, dia 21 de dezembro, termina um ciclo maia que começou há 5125 anos. E com o fim desse ciclo dá-se início a um outro.

No entanto, nem os maias acreditaram no fim do mundo – alguns registos dão conta do ano 7000… –, mas muitas pessoas mantém-se crentes e preparam-se para enfrentar o evento.