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Filho de Eduardo dos Santos é arguido por fraude e peculato

Filomeno ‘Zenú’ dos Santos, filho do ex-Presidente de Angola, foi constituído arguido pela justiça angolana pela prática suspeita de vários crimes, incluindo fraude e peculato.

Valter Filipe, ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), também foi constituído arguido no âmbito do mesmo processo, assim como três outros suspeitos.

Luís Benza Zanga, subprocurador-geral de Angola, aproveitou um encontro com deputados angolanos, em Luanda, para dar a conhecer as novidades do processo.

“Foram constituídos arguidos e ouvidos nessa qualidade, acerca dos crimes de burla por defraudação, peculato, associação criminosa, tráfico de influências e branqueamento de capitais”, adiantou o subprocurador-geral.

‘Zenú’, o filho mais velho de José Eduardo dos Santos e que era apontado como possível ‘herdeiro’ da Presidência angolana, é suspeito de ser o principal responsável por uma fraude no valor de 500 milhões de dólares, montante transferido de forma alegadamente ilegal para um banco britânico.

“Deriva do facto de ter havido uma transferência ilegal de 500 de milhões de dólares de Angola para o exterior, consubstanciada no crime de burla e peculato”, precisou Luís Zanga, que é também diretor da Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP) de Angola.

Os restantes arguidos são Jorge Gaudens Pontes Sebastião, sócio do filho do ex-Presidente de Angola, António Samalia Bule Manuel e João Domingos dos Santos Ebo, ambos funcionários do BNA.

Os cinco “já foram ouvidos” no processo, que implicou buscas domiciliárias e em escritórios.

“Foram apreendidos documentos e outros objetos ligados ao crime”, acrescentou o subprocurador-geral.

Todos os arguidos aguardam o desfecho do processo com termo de identidade e residência, apresentações periódicas às autoridades e proibição de saída do país.

Recorde-se que o filho do ex-Presidente angolano foi exonerado do Fundo Soberano de Angola, em janeiro, pelo sucessor de Eduardo dos Santos na Presidência, João Lourenço.

Valter Filipe já tinha substituído em outubro, também por decisão do novo chefe de Estado.

A Lusa noticiou a 20 de março que uma agência britânica de combate ao crime vai devolver 500 milhões de dólares (406 milhões de euros) ao Banco Nacional de Angola, cuja transferência está a ser investigada no Reino Unido, por presumível fraude contra o BNA.

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