“Filho da puta” ou “fanático dos popós”? O “energúmeno” Rui Rio teve de ir a tribunal rejeitar a segunda hipótese, no âmbito da providência cautelar que o autarca interpôs para evitar a publicação da revista Porto Menu, em cuja capa se lê “Rio és um FDP”.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, esteve hoje de manhã no Palácio da Justiça, procurando ajudar o tribunal a decidir o que é um “FDP”. Isto porque o edil interpôs uma providência cautelar para evitar a revista Porto Menu, em cuja capa se lê “Rio és um FDP”, alegando estar a ser insultado de “filho da puta”. O proprietário da empresa que edita a publicação, Manuel Leitão, defende a versão “fanático dos popós”, aludindo ao interesse do autarca na reativação do Circuito da Boavista.

“Nunca ouvi esse disparate”, afirmou Rui Rio, assegurando nunca ter sido designado de “fanático dos popós”. A juíza Lina Baptista questionou se o autarca tem “uma paixão profunda por automóveis”, o que poderia justificar a alcunha, mas Rui Rio respondeu com um simples “não”. O edil lembrou também que o Circuito da Boavista data dos anos 30 do século passado, pelo que a reativação não teve qualquer cariz passional.

“Sinto-me triste, nunca pensei chegar a esta idade e ver o regime a degradar-se como está”, desabafou Rui Rio, à saída da sessão, lamentando a “forma como o tribunal está a tratar isto” e recordando um outro episódio em que se queixou de ter sido insultado: “há três ou quatro anos, este tribunal considerou que chamar energúmeno ao presidente da Câmara era um acto de liberdade de expressão. Por isso, hoje, vem aqui um energúmeno dizer se é um fanático dos popós”.

Nesse caso, datado de 2003, o cronista Augusto M. Seabra referiu num artigo o “energúmeno que encabeça a maioria da Câmara” portuense, versão que o tribunal considerou não ser ofensiva, ilibando o autor do crime de difamação.