Economia

Vítor Gaspar teme nova crise económica

Vítor Gaspar, que desempenhou funções de ministro das Finanças no Governo de Pedro Passos Coelho, comentou as metas de défice orçamental e destacou com agrado a redução da dívida pública portuguesa. No entanto, o agora diretor do departamento de assuntos orçamentais do FMI teme que a Europa possa ter de enfrentar uma nova crise económica. “A chuva forte ainda não chegou, mas já começaram os chuviscos”, disse em jeito de exemplo.

“Conforme mencionado por Christine Lagarde [líder do FMI] ‘a chuva forte ainda não chegou, mas já começaram os chuviscos’. Ou seja, alguns dos riscos já começaram a materializar-se”, salientou Vítor Gaspar, em entrevista ao Jornal de Negócios.

O antigo ministro das Finanças, que liderou as negociações portuguesas no tempo de Troika, sustenta que “há sinais, por exemplo, de estabilização do crescimento global, de forma menos sincronizada, com menos países a beneficiar da expansão”.

Perante este cenário, o antigo responsável pela pasta das Finanças no Governo de Passos Coelho salienta que “todos estes fatores tornam mais urgente que os países mais endividados reconstituam a sua margem de manobra orçamental, de forma a aumentar a sua resiliência às contrações do ciclo económico e crises financeiras futuras”.

Vítor Gaspar, que desempenha agora funções de diretor do departamento de assuntos orçamentais do FMI, recomenda que as contas dos países sejam ‘acauteladas’.

“Vemos com bons olhos que o rácio dívida/PIB seja a única âncora orçamental, e uma rega sobre o crescimento da despesa como única meta operacional.”

O economista recomenda uma “reforma do quadro [orçamental] com o objetivo de simplificá-lo”.

Sobre a dívida pública portuguesa, o FMI estima que esta deverá atingir 103 por cento do PIB em 2023.

No Programa de Estabilidade, prevê-se que o excedente da balança corrente cresça para 0,7 por cento do PIB este ano, mantendo-se nesse valor até 2020 e reduzindo-se até 0,4 por cento do PIB em 2022.

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