Presidente do Eurogrupo considerou em Washington que Portugal necessita de “mais tempo”. Jeroen Dijsselbloem defende que os credores devem agir do mesmo modo que fizeram “com outros países”, dada a situação “muito dura” que o Portugal enfrenta. Dijsselbloem assinala ainda o “empenho” do Governo português.

Em Washington, Jeroen Dijsselbloem considerou que Portugal está a ser um modelo de empenho, na tentativa de cumprimento do programa de ajustamento acordado com a troika. No entanto, as condições económicas “muito duras” estão a dificultar que o Governo atinja as metas do défice.

Enquanto aguarda que o Governo apresente alternativas ao chumbo do Tribunal Constitucional, para que se consiga receita que permita cumprir o défice, o presidente do Eurogrupo lembra que “outros países” usufruíram de mais tempo, em situações idênticas. Para Dijsselbloem essa pode ser a solução para uma economia débil, num país que tenta evitar uma crise política.

“Portugal mostrou grande empenho no programa de ajustamento e está a enfrentar uma situação económica muito dura. Se necessário, teremos de dar mais tempo também no caso português, como foi feito noutros países”, defendeu Jeroen Dijsselbloem, em declarações reproduzidas pelo Jornal de Negócios.

A verdade é que a troika já deixou Portugal, com a sétima avaliação em curso, sem que fossem conhecidas as soluções para o país, que corre o risco de incumprir as metas do défice, mesmo com os novos cortes da despesa que o Governo vai aplicar.

A troika e o Governo tentaram chamar António José Seguro para um consenso, mas o secretário-geral do PS disse “não”, por entender que esse acordo não previa uma mudança de políticas de austeridade. Passos Coelho, no debate quinzenal, demonstrou uma tentativa de aproximação ao principal partido da oposição. São sinais de instruções da troika, que não admite, para já, um cenário de alongamento dos prazos para pagamento da dívida e cumprimento do défice.