As folhas de eucalipto têm vestígios de ouro, descobriu um grupo de investigadores da Austrália. São indícios minúsculos mas que podem revolucionar a indústria mineira caso as árvores possam funcionar como sinalizadores das jazidas do metal.
E se, afinal, o dinheiro crescer mesmo nas árvores? Na Austrália, alguns investigadores concluíram que nas folhas de eucalipto há vestígios de ouro. A concentração é minúscula, mas a indústria mineira já está atenta ao estudo. Poderão as árvores trabalhar como ‘sinais’ da existência de jazidas de ouro ou de outros minérios preciosos?
“Esta ligação entre o crescimento de vegetação e os depósitos de ouro enterrados pode ser fundamental no desenvolvimento de novas tecnologias para a exploração mineira”, reconhecem os investigadores, num resumo da investigação publicado na Nature Communications.
As reservas de ouro estão a ser esgotadas – em 2011, a quantidade de ouro existente foi avaliada em 51 mil toneladas pelo Instituto Geológico dos Estados Unidos – e ter um marcador da existência de minério no subsolo poderia revolucionar a indústria. No caso do ouro, os investigadores acreditam que as raízes dos eucaliptos, que atingem grandes profundidades em busca de água, absorvem partículas microscópicas ao atravessarem zonas ricas no metal que, com o crescimento, vão ‘de boleia’ até às folhas.
O resultado da investigação “promove confiança numa técnica emergente que talvez possa levar ao futuro sucesso de exploração e manter a continuidade do fornecimento”, sustentam os investigadores, que analisaram o crescimento de eucaliptos em duas zonas de exploração de ouro no sul e no oeste da Austrália.
As concentrações, confirmadas por análise de imagens de raio-X dos folhas, galhos, casca e solo, são na ordem dos centésimos ou milésimos de grama por tonelada, com maior propensão para ocorrerem nas folhas. “O ouro é provavelmente tóxico para as plantas e é movido para as extremidades”, antecipam os cientistas.
A diminuição acelerada das reservas levou a um aumento do preço do ouro no mercado de 482 por cento, só entre dezembro de 2000 e março deste ano. O metal é utilizado maioritariamente na joalharia, mas também tem aplicações na eletrónica e na tecnologia médica, em especial para o tratamento de cancro.