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A estreia de Negrão: “História fará justiça a Passos Coelho”

Fernando Negrão estreou-se hoje, como líder da bancada do PSD, nos debates quinzenais com o primeiro-ministro.

A intervenção do social-democrata era das mais aguardadas do dia, face à polémica eleição.

Dos 37 deputados que de forma direta apoiavam a lista encabeçada por Fernando Negrão, o único candidato teve 35 votos.

A maioria dos parlamentares do PSD não apoiaram o líder:  32 votaram em branco, houve 21 votos nulos e Pedro Pinto, responsável pela poderosa distrital de Lisboa, optou por nem sequer participar no sufrágio.

Um problema “de natureza ética” que promete minar a coesão interna, ao ponto de Fernando Negrão ter considerado “condenável” a atitude dos dois deputados que não ‘confirmaram’ o voto na lista.

No discurso inaugural, o novo líder da bancada laranja lembrou Passos Coelho, o ex-presidente do PSD que hoje renuncia ao mandato como deputado: “A história far-lhe-á justiça”.

Já depois de cumprimentar todas as bancadas parlamentares, nas pessoas dos respetivos líderes, Fernando Negrão partiu para o primeiro tema: a possível entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no banco Montepio.

“A nossa posição é muito clara, somos contra em qualquer circunstância”, garantiu: “É uma operação de grande risco, o risco é para as entidades privadas, não para as entidades sociais”.

Fernando Negrão deixou ainda “o aviso” ao Governo: “Se houver o mínimo sinal de que esta operação não acautela o interesse da SCML, o PSD admite usar todas as ferramentas para fiscalizar e investigar até às últimas consequências”.

Na resposta, António Costa, que repetiu “as palavras de saudação a Passos Coelho pela forma como exerceu as suas funções”, aproveitou para deixar uma primeira ‘bicada’ ao PSD, saudando o antecessor de Fernando Negrão, Hugo Soares.

“É com gosto que nos reencontramos”, continuou o primeiro-ministro, dirigindo-se diretamente ao novo líder parlamentar do PSD.

Sobre o tema da SCML, o governante lembrou que Santana Lopes, o ex-provedor que foi depois o candidato derrotado à liderança do PSD, “encomendou uma avaliação” quanto ao Montepio ser ou não “um bom investimento”.

“Não temos nenhuma razão para, à partida, estarmos contra essa operação. Sem estar concluída essa avaliação, é prematuro antecipar qualquer decisão”, insistiu o primeiro-ministro.

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