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Emissões atmosféricas aumentaram em 2017 – INE

As emissões atmosféricas em Portugal aumentaram em 2017, com emissões de carbono e potencial de acidificação a crescerem a níveis superiores à atividade económica, anunciou o Instituto Nacional de Estatística.

Os números constam das Contas das Emissões Atmosféricas hoje divulgadas, que dão reúnem os principais indicadores ambientais, entre os quais o Potencial de Aquecimento Global, que em 2017 foi 6,9 por cento, ultrapassando a taxa de crescimento da atividade económica, medida pelo Valor Acrescentado Bruto, que cresceu 3,3 por cento.

“Em 2017, as emissões de gases de efeito estufa atingiram 68,4 milhões de toneladas de equivalente” de dióxido de carbono, refere o INE, um aumento que “resultou fundamentalmente do incremento das emissões de dióxido de carbono em 8,4 por cento”.

O ramo de energia, água e saneamento foi “o que mais contribuiu para o Potencial de Aquecimento Global”, com 30,8 por cento das emissões, e “relativamente a 2016, este foi também o ramo de atividade que mais aumentou as suas emissões”.

“O ano de 2017 foi classificado como extremamente quente e seco, o que teve reflexos na produção de energia hídrica, particularmente em comparação com 2016, que foi um ano normal em termos de precipitação. Esta situação aumentou a necessidade de produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis (nomeadamente do carvão, cujo consumo voltou a subir, e do gás natural) e, naturalmente, gerou mais emissões”, explica o Instituto.

Entre os anos de 2008 e 2017, as emissões de dióxido de carbono por cada unidade de valor acrescentado bruto diminuiu 11,2 por cento, mas a tendência decrescente inverteu-se a partir de 2015 e em 2017, “anos extremamente secos, com implicações na produção de energia hídrica”.

“Nesses anos, os crescimentos das emissões de CO2 foram muito superiores” aos crescimentos registados na atividade económica.

O potencial de acidificação, relativo às emissões de gases como óxido de enxofre, aumentou 1,4 por cento em 2017, registando-se 277 mil toneladas, e “tal como sucede desde 2009”, o setor da agricultura, silvicultura e pesca foi o principal responsável “devido às emissões de amoníaco”.

O outro indicador é o potencial de formação de ozono troposférico e cresceu 1,3 por cento, “interrompendo a tendência decrescente iniciada no ano 2000”.

Monóxido de carbono (mais 5,2 por cento) e óxidos de azoto (1,2 por cento) foram os gases que mais aumentaram, por responsabilidade dos setores Indústria (32,9 por cento), Famílias (25,9 por cento) e Transportes e armazenagem (13,5 por cento).

Comparando com o resto dos países da União Europeia, Portugal tem um Potencial de Aquecimento Global ‘per capita’ “relativamente reduzido em relação a países com produto interno bruto semelhante”, refere o INE.

Para o instituto de estatísticas, isso explica-se por razões como a menor importância dos setores industrial e energético na economia e a percentagem elevada de consumo de eletricidade produzida a partir de fontes renováveis, na qual Portugal é o quinto país da União Europeia.

“O clima mais ameno comparativamente à Europa Central e do Norte tem igualmente influência, nomeadamente no consumo energético das famílias”, refere o Instituto.

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