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Duas dezenas de trabalhadores em protesto à porta do Congresso do Turismo

Cerca de duas dezenas de trabalhadores da hotelaria estão concentrados desde as 09:30 de hoje à porta do Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, onde decorre o Congresso da Associação dos Hotéis de Portugal, por melhores condições laborais.

Os trabalhadores em protesto, afetos à Federação dos Sindicatos de Hotelaria e Turismo (FESAHT), acusam a Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) de não atualizar o contrato coletivo de trabalhadores,

“Contrato de trabalho cá fora já” e “Isto assim não pode ser, sempre os mesmos a perder” são algumas das palavras de ordem dos trabalhadores.

Em declarações à agência Lusa cerca das 10:00, Luís Trindade, dirigente e coordenador do Sindicato da Hotelaria do Sul, filiado na FESAHT, disse que os trabalhadores vão entregar no Congresso uma moção na qual exigem aumentos salariais e a negociação “séria” do contrato coletivo de trabalho.

“Os trabalhadores não conseguem perceber porque é que a AHP – Associação da Hotelaria de Portugal [associação patronal e líder do setor da hotelaria] não faz uma revisão do Contrato Coletivo de Trabalho [CCT], que regulamenta as normas do setor”, disse Luís Trindade.

O dirigente lembrou que o setor da hotelaria atravessa um dos melhores momentos em Portugal em termos de volume de receitas e número de visitantes, por isso, os trabalhadores “não entendem porque é que a AHP insiste no bloqueamento da contratação coletiva “na procura do lucro fácil”.

“Os lucros das grandes empresas continuam a aumentar enquanto os salários dos trabalhadores, que são aqueles que produzem, mantêm-se baixos ou permanecem congelados”, disse.

Luís Trindade salientou que as tabelas salariais do CCT Hotéis não são revistas há 10 anos, uma “situação de extrema gravidade uma vez que este é o setor com uma das médias salariais mais baixas”.

“Lembro também que este é o setor que mais postos de trabalho cria. Contudo são sobretudo contratos com vínculos precários”, disse.

Também a coordenadora da FESAHT, Maria Dores Gomes, explicou à agência Lusa que os sindicatos têm tentado obter junto da AHP aumentos salariais e a negociação do CCT, mas a associação insiste “em apostar numa política de salários miseráveis”.

“Temos tido reuniões sem sucesso com a associação e nos últimos tempos com o Ministério da Economia no sentido da conciliação para ver se conseguimos resolver a situação, mas até agora nada se resolveu”, disse.

“Por isso, os trabalhadores decidiram não baixar os braços e continuar a luta. Nesse sentido, vamos entregar a moção por aumentos salariais mais justos e dignos que reponham o poder de compra, o respeito pelos direitos dos trabalhadores, o fim do recurso a contratação de trabalhadores com vínculos precários e a negociação do CCT”, disse.

Os trabalhadores da hotelaria e turismo vão ficar frente ao Pavilhão Carlos Lopes até às 14:00 e juntam-se depois à manifestação nacional que a CGTP em defesa de melhores condições de vida e de trabalho.

A manifestação nacional da Intersindical decorrerá às 15:00 entre a praça Marquês de Pombal e a praça dos Restauradores, em Lisboa, sob o lema “Avançar nos Direitos; Valorizar os Trabalhadores”.

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