A velocidade da luz no doodle dos 340 anos da descoberta de uma constante universal
É à velocidade da luz que o Google assinala, com o doodle de hoje, a descoberta desta constante universal, realizada há 340 anos.
Corria o ano de 1676 quando o astrónomo dinamarquês Ole Rømer (1644-1710) demonstrou que a luz tem uma velocidade constante, eliminando a teoria da viagem instantânea.
A descoberta terá sido feita quando Ole Rømer trabalhava no Observatório Real de Paris, em França.
Através da cronometragem dos eclipses de Io, a lua de Júpiter, o astrónomo dinamarquês estimou que a luz precisasse de cerca de 22 minutos para cumprir o diâmetro da órbita da Terra em torno do Sol.
Nestas contas de Ole Rømer, a luz teria uma velocidade – constante – a rondar de 220.000 quilómetros por segundo.
Não ficou longe da verdade: hoje sabe-se que a velocidade da luz no vácuo é de 299.792.458 metros por segundo.
Quando atravessa um material transparente (como a atmosfera ou o vidro), a velocidade sofre uma redução em função do índice de refração desse material.
No entanto, Ole Rømer não conseguiu convencer os colegas, em especial o diretor do Observatório Real, Giovanni Domenico Cassini.
Contudo, outros reputados cientistas do mesmo período, como Isaac Newton (esse mesmo, o da lei da gravidade) e Christiaan Huygens (especialista no estudo da luz), optaram por aprofundar os estudos do dinamarquês.
Foi preciso esperar quase duas décadas após a morte de Ole Rømer para que o inglês James Bradley, ao explicar a aberração estelar, confirmasse a velocidade da luz.
Era o ano de 1729.
A velocidade da luz, uma constante universal que se tornou fundamental no campo da Física, já vinha a ser estudada desde o século V antes de Cristo.
Empédocles, um dos filósofos mais importantes de então, defendeu que a velocidade seria finita.
Umas décadas mais tarde, Aristóteles abriu o debate ao acreditar que seria constante.
As primeiras experiências da ciência moderna para medir a velocidade da luz datam de 1629, quando o holandês Isaac Beeckman usou espelhos, colocados a diferentes distâncias de uma detonação de pólvora, questionando depois os voluntários que olhavam para cada espelho se tinham visto a explosão.