No dia em que Paulo Portas admitiu o “erro” de relevar o corte das pensões, o Presidente “repete” um aviso que já deixara: “Portugal não encontrará competitividade nos salários baixos”. Para os empresários, Cavaco dá outro conselho: “investir e remunerar adequadamente”.
No dia em que os cortes das pensões voltaram à agenda política, depois de um “erro” do Governo já explicado por Paulo Portas, o Presidente da República deixou o mesmo alerta que já fizera antes: não é através dos cortes, nos salários, que Portugal poderá sair da crise.
“Já disse e repito: Portugal não encontrará, certamente, a sua competitividade nos salários baixos”, afirmou Cavaco Silva, no Alentejo
“Existem muitos outros países, mesmo da Europa, mas também fora da Europa, com salários mais baixos dos que se praticam em Portugal”, complementou o chefe de Estado.
A “rota de crescimento”, segundo o Presidente, só pode ser definida por dois agentes: os trabalhadores (mas não à base dos salários baixos) e os empresários.
E nessa rota, a diferença terá de ser feita em variáveis como “qualidade, inovação, criatividade e qualidade dos recursos humanos”, segundo Cavaco Silva.
“Remunerar adequadamente”
Comentando a tendência de crescimento económico do país, evidenciada nos dados apresentados pelo Banco de Portugal, o Presidente voltou a dirigir-se aos empresários, que não devem “atrasar-se” no aproveitamento desta retoma.
“Os empresários portugueses que não se atrasem nas decisões de investimento, que não se atrasem a olhar para mercados que estão para além da União Europeia”, incitou.
Tão importante como apostar em novos mercados, os empresários “têm que investir e remunerar adequadamente os seus colaboradores”, aconselhou Cavaco Silva.
“Conhecer” o interior
As declarações do chefe de Estado foram proferidas no Alentejo, onde voltou a apontar a agricultura e a pecuária como setores estratégicos para os jovens empreendedores.
Neste capítulo, Cavaco Silva lembrou que o interior pode ser uma boa solução “para pôr de pé iniciativas lucrativas para o país, o qual não é “apenas uma faixa do litoral”.
“No interior há riquezas que não são bem conhecidas dos portugueses e que vale a pena conhecer”, frisou o Presidente.
