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Detidas 55 pessoas em operação de combate à droga em Barcelona

A polícia deteve hoje 55 pessoas e efetuou rusgas em 40 locais de venda e consumo de droga num bairro de Barcelona, infligindo um duro golpe a uma das principais redes de distribuição de droga na capital catalã.

Em declarações à imprensa, o vereador do Interior, Miquel Buch, e a presidente da câmara de Barcelona, Ada Colau, destacaram a importância desta operação dos Mossos d’Esquadra, na qual se atuou diretamente contra 26 casas de venda e consumo de droga e 14 instalações de uma rede de distribuição, e sublinharam que com ela se demonstrou que não haverá “impunidade” para o tráfico de droga na cidade.

Um total de 700 agentes dos Mossos d’Esquadra e 150 da Guardia Urbana participaram na operação, dirigida pelo titular do tribunal de instrução número 27 de Barcelona, no âmbito de um caso de crimes contra a saúde pública e organização criminosa que mantém secreta.

Segundo fontes da investigação citadas pela agência de notícias espanhola Efe, o golpe policial de hoje foi dirigido contra uma das maiores redes de narcotraficantes que operam através de casas ilegalmente ocupadas onde se vendem e consomem drogas pesadas, cujos principais membros são de origem dominicana, embora haja elementos de outras nacionalidades.

Dos 40 locais que foram hoje alvo de rusgas, 26 deles eram casas ocupadas onde se vendia e consumia droga (conhecidas como ‘narcopisos’, em língua espanhola) e 14 em locais que eram utilizados pela rede de distribuição de droga na Ciutat Vella de Barcelona.

De todos eles, 13 já foram devolvidos aos respetivos proprietários e cinco foram selados, enquanto os restantes permanecem sob custódia policial no âmbito da investigação.

“Foi um ataque direto à rede de distribuição de droga em Barcelona através do fenómeno dos narcopisos”, salientou o vereador Buch, que precisou que a investigação foi aberta em abril passado, após dois anos de trabalho de campo dos agentes que patrulham Ciutat Vella, que foram fornecendo informação sobre a localização e os contactos destes ‘narcopisos’.

A investigação continua em aberto, pelo que não se descarta que haja mais detidos nas próximas horas ou dias.

“Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que estas redes não continuem a atuar na nossa cidade”, assegurou a presidente da autarquia, manifestando o seu apoio aos moradores dos bairros da Ciutat Vella e do Raval, que passaram por momentos “muito difíceis” e tiveram que aguentar uma situação “inaceitável” nos últimos meses, devido à presença destes pontos de venda de droga em casas ocupadas.

Recordando que entre o ano passado e os primeiros meses de 2018, sem contar com a operação de hoje, se encerraram já 100 ‘narcopisos’, Ada Colau comprometeu-se a trabalhar para que as casas que hoje foram alvo de rusgas e despejo não voltem a ficar vazias e não fiquem nas mãos de especuladores.

Nesse sentido, voltou a exigir ao Estado que ajude as administrações locais, para não permitir que os grandes proprietários mantenham apartamentos vazios, já que muitos acabam por ser ocupados por estas redes de traficantes de droga.

Segundo dados policiais, sem contar com a operação de hoje, ao longo de 2018, os Mossos d’Esquadra e a Guardia Urbana detiveram 60 pessoas e desmantelaram 46 ‘narcopisos’, dos quais 61 por cento foram entaipados ou selados por ordem judicial.

A operação policial de hoje foi efetuada apenas uma semana depois de o governo regional catalão (Generalitat) e o conselho municipal terem reconhecido na reunião do conselho de segurança que os crimes aumentaram 19 por cento nos primeiros meses deste ano, perante o que os Mossos d’Esquadra se comprometeram a aumentar a presença de efetivos na Ciutat Vella já a partir de 01 de novembro, após redistribuição interna dos seus agentes em Barcelona.

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