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Desemprego entre nutricionistas baixou de 18 para cinco por cento nos últimos quatro anos

O desemprego entre os nutricionistas baixou de 18 por cento para 5 por cento nos últimos quatro anos, sendo os recém-licenciados que registam as taxas mais elevadas, revela um estudo hoje divulgado que traça o retrato da profissão.

O estudo do Observatório da Profissão da Ordem dos Nutricionistas (ON), que decorreu entre os dias 13 de maio e 04 de junho deste ano e envolveu o universo dos membros inscritos na ordem, teve como objetivo “avaliar a evolução da realidade profissional dos nutricionistas”.

Este retrato da profissão revela que o desemprego nesta classe baixou 13 pontos percentuais entre 2015 e 2019, acompanhando a tendência nacional.

Apesar da melhoria deste indicador, a bastonária da ON, Alexandra Bento, afirmou à agência Lusa que não pode ficar satisfeita quando “5 por cento dos nutricionistas estão desempregados porque são sobretudo os mais jovens que têm mais dificuldade de acesso ao mercado de trabalho”.

“Quem tem mais experiência profissional e quem tem mais formação pós-graduada está melhor perante o mercado de trabalho e é difícil os jovens fazerem face a esta realidade e por isso a nossa mensagem para os jovens é que apostem em formação pós-graduada”, disse Alexandra Bento.

Para a bastonária, “urge continuar a pugnar pela criação de medidas que promovam a empregabilidade e empreendedorismo” dos mais jovens.

Uma das principais conclusões do estudo aponta que quase metade dos nutricionistas tem formação pós-graduada (mestrado, doutoramento ou formação não conferente de grau), o que se revela “muito preponderante para a procura e angariação de emprego na profissão”.

“O que o estudo revela é que ter formação pós-graduada melhora a posição do nutricionista perante o emprego, mas também a sua situação profissional”, disse Alexandra Bento, sublinhando que se tem verificado um acréscimo da procura por esta formação complementar.

Outra das conclusões do observatório revela que 49 por cento dos inquiridos têm mais do que um emprego, com maior expressão nos nutricionistas que concluíram a licenciatura há mais de 15 anos, reduzindo até aos mais jovens.

Alexandra Bento adiantou ainda que esta é uma profissão que aposta maioritariamente na área da nutrição clínica, que emprega mais de 60 por cento dos nutricionistas, e que é nesta área onde se regista a maior incidência do multiemprego.

Relativamente ao setor de atividade, 30 por cento estão no público, um número que a bastonária considera “insuficiente dado o facto deste setor ter um peso grande em termos da proteção da saúde da população e do tratamento da doença”.

“O setor social só emprega 8 por cento dos nutricionistas e a Ordem tem vindo a dar dimensão a esta questão”, disse, recordando que em agosto de 2018 foi publicada uma recomendação da Assembleia da República para a obrigatoriedade da presença de nutricionistas neste setor.

“O que se exige neste momento é que Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e a União das Misericórdias avancem no repto que a Ordem dos Nutricionistas lhes têm lançado para cumprirem esta obrigatoriedade e passarem a terem nutricionistas nos seus quadros de pessoal”, sustentou.

Os restantes 62 por cento dos nutricionistas estão no setor privado, adiantou a bastonária, rematando que esta “é uma profissão iminentemente liberal”, muito jovem, 80 por cento têm menos de 40 anos, e essencialmente de mulheres (90 por cento).

A bastonária destacou a importância destes estudos para observar a evolução da “profissão ao longo do tempo com dados de qualidade, factuais e que espelham a realidade atual”, para se poderem tomar as melhores decisões.

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