Mundo

Creme Nutella cria mau ambiente entre a França e a Itália

nutella

Um quarto do creme Nutella é consumido em França, onde foi acusado de destruir o ambiente pela ministra da tutela. Segolene Royal já pediu desculpas pela afirmação, mas criou mau ambiente com a Itália, onde é produzido o creme de avelã e cacau.

Os franceses têm de parar de comer Nutella, apelou a ministra do Ambiente, Segolene Royal.

De acordo com a governante, o famoso creme de avelã e cacau é um dos principais responsáveis da desflorestação, uma vez que a composição depende de um óleo vegetal que é extraído das palmeiras.

Só que, apesar de estar a referir-se à defesa das florestas tropicais, a ministra do Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Energia da França abriu uma frente de batalha com a vizinha Itália, o país onde é produzido o creme Nutella.

A isto acresce um ‘pormenor’: é que só a França consome 26 por cento de todo o creme que é produzido.

“A Nutella deve ser feita a partir de outras matérias-primas”, afirmou Segolene Royal, salientando que, por influência humana, “as palmeiras estão a substituir outras árvores, levando a danos consideráveis no ambiente” das regiões tropicais.

Ainda segundo a governante, o óleo de palma já provocou um dano de 12 por cento na biodiversidade da Malásia, o principal importador da Nutella, que recorre ainda a Papua Nova Guiné, Indonésia e Brasil.

As críticas da ministra francesa tiveram resposta quase imediata do homólogo italiano. Prometendo jantar pão com Nutella, Gian Luca Galleti pediu a Royal para “deixar os produtos italianos em paz”.

A Ferrero, produtora do creme, afirmou estar “bem consciente das questões ambientais” e recebeu o importante apoio da gigante organização ambientalista Greenpeace, que classificou a empresa como “uma das companhias mais progressistas” nesta matéria.

A entrevista de Segolene Royal abriu também um campo de batalha nas redes sociais, entre os que defendem a opinião da ministra e os fãs do icónico creme de barrar.

A governante tentou acalmar a tempestade, ontem, com um comentário no Twitter: “Mil desculpas pela controvérsia sobre a #Nutella. Concordo, progresso feito deve ser reconhecido”.

Não é, porém, a primeira vez que a França se vira contra a desflorestação massiva das florestas tropicais, que estão a ser substituídas por árvores de outras espécies, como as palmeiras. Há quase três anos, o Senado chumbou uma proposta para taxar em 300 por cento o óleo de palma.

Em destaque

Subir