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‘Contabilista de Auschwitz’ morre antes de entrar na prisão

Morreu Oskar Groening, o ‘contabilista de Auschwitz’, de 96 anos, que há cerca de dois meses foi condenado a quatro anos de prisão.

A sentença era de 2015, mas só a 17 de janeiro é que se tornou definitiva, depois da justiça alemã ter recusado o pedido de clemência.

O antigo suboficial das SS, a tropa de elite do regime nazi, foi condenado por cumplicidade na morte de 300 mil pessoas, na grande maioria judeus.

Durante a II Guerra Mundial, Oskar Groening era o ‘contabilista de Auschwitz’, tendo por funções recolher o dinheiro e os bens dos prisioneiros que entravam no infame campo da morte.

Esses valores eram depois encaminhados para Berlim, fazendo com que as vítimas ajudassem a financiar o esforço de guerra nazi.

Oskar Groening, que não teve papel ativo no extermínio dos prisioneiros, admitiu durante o julgamento ser “moralmente culpado” de mais de 300 mil mortes em Auschwitz.

Na sequência da condenação, em 2015, os advogados do ‘contabilista de Auschwitz’ apresentaram um pedido de clemência (recusado em janeiro de 2018), com base na idade avançada de Oskar Groening e no papel assumido por este mais para o final do século XX.

Isto porque, a partir dos anos 80, o antigo suboficial das SS transformou-se numa testemunha dos horrores do Holocausto, confirmando como eram operados “as câmaras de gás, os crematórios e o processo de escolha” dos prisioneiros a exterminar.

O processo do ‘contabilista de Auschwitz’ terá sido o último processo envolvendo pessoas com ligação direta ao Holocausto.

Recusado o pedido de clemência, a pena de prisão tornou-se efetiva. No entanto, a frágil saúde de Oskar Groening impediu que fosse transferido do hospital (onde morreu) para um estabelecimento prisional.

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