Paulo Portas emitiu um comunicado, onde adianta as razões da sua demissão. “Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso fazer”, revelou o agora ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. “Ficar no Governo seria um ato de dissimulação”, acrescenta Portas.
Paulo Portas emitiu um comunicado onde confirma a sua demissão, que foi apresentada hoje de manhã. O líder do CDS revela que tomou a decisão por uma questão de obediência à sua consciência.
“São conhecidas as diferenças políticas que tive com o ministro das Finanças. A sua decisão pessoal de sair permitia abrir um ciclo político e económico diferente. A escolha feita pelo primeiro-ministro teria, por isso, de ser especialmente cuidadosa e consensual”, começa por escrever Paulo Portas, nesta nota de sete pontos.
Paulo Portas lamenta que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho tenha seguido “o caminho da mera continuidade no Ministério das Finanças”, substituindo Vítor Gaspar, que se demitira, por Maria Luís Albuquerque. “Respeito mas discordo”, realça o ministro centrista.
Portas esclarece ainda que expressou “atempadamente, este ponto de vista ao primeiro-ministro”, sendo que “ainda assim”, Passos “confirmou a sua escolha”.
“Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um ato de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível”, realça Paulo Portas.
O ministro, agora nomeado número dois do Governo, destaca o facto de ter valorizado a estabilidade governativa. “Ao longo destes dois anos protegi até ao limite das minhas forças o valor da estabilidade. Porém, a forma como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna, efetivamente, dispensável o meu contributo”, destaca.
Portas termina este comunicado agradecendo aos colaboradores no Ministério dos Negócios Estrangeiros a sua “ajuda inestimável”. “Agradeço aos meus colegas de Governo, sem distinção partidária, toda a amizade e cooperação”, conclui Paulo Portas.