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Compra de rins é negócio da China (e Paquistão) para portugueses

transplante 210transplanteHá cada vez mais portugueses que, por desespero, vão à China e ao Paquistão comprar rins e serem sujeitos ao transplante. “É uma situação extremamente preocupante”, admite a Sociedade Portuguesa de Transplantação, reportando um aumento dos casos relatados.

O que faz um português que precise de um transplante de rim e não consiga um dador? Vai comprar o órgão à China ou ao Paquistão, onde é sujeito à cirurgia de transplantação.

A situação é difícil de medir e comprovar, dado que o tráfico de órgãos é um crime, mas os responsáveis da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), citados pelo Diário de Notícias, admitem terem sido reportados “dois ou três casos de compra de rins”.

“Há casos de portugueses transplantados no Paquistão e na China, nos últimos cinco anos”, garantiu o presidente Fernando Macário: “paragam pelos órgãos e pelo procedimento todo. É uma atividade ilícita”.

Para além de “ilícita”, trata-se de “uma situação extremamente preocupante”, uma vez que nas cirurgias não estão asseguradas todas as condições necessárias: “são transplantes muitas vezes sem condições e os doentes, às vezes, ficam piores do que quando estavam a fazer diálise”.

Em Portugal, não há registos oficiais de tráfico de órgãos, mas ainda esta semana foram detidos cinco homens, em Espanha, pela suspeita da prática desse crime.

“Já houve casos de dadores recusados” em Portugal, acrescentou Fernando Macário: “não por oferta de dinheiro, mas porque se sentiu que estavam a ser pressionados psicologicamente. Eram casos de familiares diretos”.

O presidente da SPT assegura que o processo, no país, está sujeito a apertadas regras de controlo e salienta que os transplantes só podem ser realizados em hospitais públicos.

Nos casos em que é possíver recorrer a dadores vivos, os transplantes só podem ser realizados num reduzido número de centros: três nos casos hepáticos e sete nos transplantes renais.

O processo envolve entrevistas aos dadores e, em alguns hospitais , entrevistas aos recetores.

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