Uma reserva na África do Sul tomou o medida drástica para salvar os rinocerontes: envenena os chifres e pinta-os de cor de rosa. O sucesso é inegável: nenhum animal sujeito a esta medida preventiva, em ação desde setembro de 2011, foi morto.
A reserva de Dinokeng, em Gauteng (África do Sul), tomou uma decisão radical: para salvar os rinocerontes, é preciso envenenar e pintar os chifres. Desde que o programa começou, em setembro de 2011, o sucesso tem sido inegável: nenhum animal foi morto.
A principal ameaça aos rinocerontes é a caça ilegal, que visa sobretudo o chifre (muito procurado nos mercados negros da Ásia), quer pelo alegado valor afrodisíaco, quer para fins medicinais e até para uso gastronómico. Para diminuir essa ameaça, a empresa Wildlife Assignments International propôs uma solução radical à administração da reserva de Dinokeng: envenenar e pintar os tão procurados chifres.
Nos apêndices é injetado um antiparasitário e uma tinta de cor rosa. Quando consumido por humanos, o antiparasitário provoca náuseas, dor de estômago e diarreia, enquanto a tinta inutiliza o valor do marfim, pois não pode ser apagada. Mesmo que o chifre seja reduzido a pó, a tinta ainda aparece nos ‘scanners’ dos aeroportos.
“A tinta é rosa, a mesma usada para marcar cédulas de dinheiro, e isto para fazer com que o chifre de rinoceronte seja identificável”, explicou o presidente da Associação dos Latifundiários de Dinokeng, Adri van der Veer, citado pelo Daily Mail.
O processo, desenvolvido por Charles van Niekerk, um veterinário de Dinokeng, inclui ainda um ‘extra’: “como medida adicional de segurança, um microchip também será colocado no chifre do animal, a fim de traçar os movimentos”.
Mais de 100 rinocerontes foram ‘vacinados’ no âmbito deste plano de prevenção, só na reserva sul-africana. “As pessoas que aplicam o procedimento garantem que já atuaram em mais de 200 rinocerontes, nos últimos anos, e que nenhum deles foi abatido”, complementou Van deer Veer.
A administração de Dinokeng, uma das poucas reservas onde cohabitam “os cinco grandes” (búfalo, elefante, leão, leopardo e rinoceronte), procura agora patrocinadores para que o programa seja alargado, tanto mais que está prevista, no próximo ano, uma ampliação de 40 hectares.
Desde janeiro que, só na África do Sul, já 203 rinocerontes foram abatidos por caçadores ilegais. As autoridades já detiveram 60 pessoas por suspeitas de caça ilegal.