Cortes de 4000 milhões de euros, que o Governo vai apresentar, não chegam para atingir as metas previstas, alerta Comissão Europeia (CE). O relatório de Bruxelas relativo à sexta revisão do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) indica que a despesa contribuirá em 60 por cento do total da consolidação. Queda da cobrança fiscal coloca em causa cumprimento das metas do défice.

Relatório da CE, relativo à a sexta revisão do PAEF, divulgado nesta sexta-feira, não traz boas notícias para o Governo, já que segundo Bruxelas, o plano que Portugal estabeleceu como compromisso com a troika, no lado da despesa, não deve ser atingido e os cortes de 4000 milhões são insuficientes.

“Incluindo os quatro mil milhões de euros que serão identificados nesta revisão da despesa, a despesa contribuirá em 60 por cento para a consolidação, enquanto a receita contribui com 40 por cento”, realça a CE, no relatório

Bruxelas teme que o Governo não consiga cumprir as metas do défice, estabelecidas em cinco por cento em 2013, objetivo que o Governo de Passos Coelho acredita que será atingido. A Comissão Europeia receia que, mesmo após o alargamento dos prazos para cumprimento do défice por mais um ano, as metas não sejam atingidas.

“A queda na cobrança fiscal coloca em perigo o cumprimento do objetivo de receita para 2012, que foi incluído na proposta de Orçamento de Estado para 2013”, salienta Bruxelas.