China vai acabar com negócios de marfim até ao final de 2017
2016 termina com uma grande notícia: a China anunciou que até ao final do próximo ano, 2017, vai terminar com todos os negócios que envolvam marfim.
A segunda maior economia do mundo é a que anualmente importa mais marfim, mas o cenário vai mudar e o prazo para que tal aconteça é de apenas 12 meses.
As primeiras fábricas de processamento de marfim a fechar vão encerrar a atividade antes do final de março.
“A China vai terminar, gradualmente, todo o processo e comércio de marfim para propósitos comerciais até ao final de 2017”, anunciou uma fonte governamental, citada pela agência estatal de notícias Xinhua.
Para organizações ambientais como World Wildlife Fund (WWF) e Natural Resources Defence Council, esta medida é “uma mudança no jogo” que vai ter reflexos na população mundial de elefantes.
Nas contas do WWF, mais de 20 mil elefantes morrem, a cada ano, por causa do marfim das presas, quase todo destinado a apenas três mercados: China, Hong Kong e… EUA.
No período de um século, a população de elefantes passou dos vários milhões a apenas 415 mil.
Só entre 2009 e 2014, o número de elefantes em alguns países africanos caiu cerca de 60 por cento.
Esta decisão da China reforça uma outra medida sobre o marfim anunciada em maio do ano passado.
“Vamos impôr regras mais estrictas ao comércio e processamento de marfim e à venda de produtos derivados do marfim”, garantira o ministro da Administração Florestal, Zhao Shucong.
Atualmente, qualquer produto com marfim só pode ser posto à venda após receber uma autorização do Governo chinês.
Estas medidas não têm efeito em Hong Kong, mas o WWF tem instado esta região autónoma a seguir o exemplo do resto do país e acabar com o comércio do marfim até 2021.
“Com o mercado chinês fechado, Hong Kong vai tornar-se no centro preferido dos traficantes para colocarem o marfim ilegal no circuito do comércio legal”, avisou o especialista criminal Cheryl Lo, em declarações ao The Guardian.