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China pede esforços para combater tráfico humano após mortos encontrados em camião

A China apelou hoje a esforços conjuntos para combater o tráfico de seres humanos, após a polícia britânica ter descoberto dentro de um camião 39 mortos que se acredita terem nacionalidade chinesa.

A porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Hua Chunying disse que a China ainda não pode confirmar as nacionalidades ou identidades das vítimas, mas que está a cooperar com as autoridades locais.

“A polícia britânica ainda está no processo de verificação da identidade e ainda não conseguiu confirmar até ao momento”, disse Hua.

A porta-voz disse que, independentemente da origem das vítimas, trata-se de uma “grande tragédia, que chamou a atenção da comunidade internacional para a questão da imigração ilegal”.

“Acho que a comunidade internacional deve fortalecer ainda mais a cooperação nesta área, aumentar a partilha de informação neste âmbito e realizar intervenções que previnam estas atividades, a fim de impedir que tragédias se repitam no futuro”, afirmou.

Hua disse que as autoridades chinesas também estão a procurar informações junto da polícia da Bélgica, de onde o contentor que transportava os corpos partiu rumo a Inglaterra.

Acredita-se que o tráfico de seres humanos com origem na China tenha caído drasticamente nos últimos anos, face a uma economia doméstica em rápido crescimento.

No entanto, alguns chineses, sobretudo de meios rurais, continuam a ir para a Europa e América do Norte, pela promessa de salários muito mais altos do que receberiam na China, e apesar dos riscos.

Algumas províncias da China, especialmente Fujian, no sudeste do país, têm uma longa história de imigração.

A questão é também sensível para o Partido Comunista, partido único do poder e sensível à imagem internacional da China.

A melhoria dos padrões de vida da população chinesa é umas das suas principais fontes de legitimidade.

Em editorial, o Global Times, jornal do Partido Comunista Chinês, acusou hoje as autoridades britânicas e de outros países de não fazerem o suficiente para travar o tráfico de seres humanos.

“Um desastre humanitário tão sério ocorreu aos olhos de britânicos e europeus”, apontou o jornal.

“A Grã-Bretanha e os países europeus envolvidos não cumpriram com a sua responsabilidade de proteger estas pessoas”, acusou.

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