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Centros de saúde passam a assegurar troca de seringas e testes rápidos ao VIH

O objetivo é reduzir a taxa de diagnósticos tardios ao VIH/Sida para 35 por cento. O incide em Portugal é de 65 por cento, o dobro do registado na Europa. Em 2012, de acordo com António Diniz, foram feitos menos 4000 testes de diagnóstico precoce, pelo que a medida tem o intuito de aproximar a ferramenta da população.

“Finalmente em aplicação”

Daí a escolha dos centros de saúde, com seis estruturas do Norte e três do Centro a darem início ao programa de disponibilização de testes rápidos. O Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção VIH/Sida quer alargar o protocolo às ARS do Alentejo, do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo.

Para isso, é preciso estabilizar o programa de troca de seringas e o programa informático para conhecimento da infeção VIH, o que só está previsto para o segundo semestre deste ano. Há anos que os hospitais aguardam pela instalação deste programa informático, mas só agora o mesmo “está finalmente em aplicação e irá permitir ter informação do ponto de vista epidemiológico e clínico para conhecer evolução do VIH em Portugal”, admitiu António Diniz.

Dos 17 hospitais previstos, 14 já têm o sistema em funcionamento: dois hospitais da Universidade de Coimbra, os hospitais de Setúbal, do Barreiro, Egas Moniz, Pulido Valente, Amadora-Sintra, Santarém, Tâmega e Sousa e Santa Maria. Para breve estão os hospitais de Gaia, Braga, São João e Matosinhos.

“Estes hospitais abrangem 93 por cento dos doentes. Ficam a faltar os hospitais de Cascais, Garcia de Orta e Centro Hospitalar do Porto, o que corresponde a cerca de 7% dos doentes”, realçou o coordenador do programa, acrescentando que está quase terminada a proposta de modelo de rede de referenciação hospitalar, a ser entregue à tutela em abril.

“Agora há regras”

António Diniz comentou ainda a falta de medicamentos antirretrovirais nos hospitais (por dificuldades financeira), garantindo que os problemas “terminaram num despacho” (de fevereiro) que determina como as unidades médicas devem proceder na distribuição dos medicamentos.

“A distribuição de fármacos a menos de 30 dias deve ser absolutamente excecional”, referiu o coordenador, explicando-se: “o papel do diploma foi assegurar às pessoas que têm mecanismos legais para fundamentar que a dispensa de medicamentos tem de ser feita mensalmente ou mais”.

“Antes não existiam estes mecanismos, agora há regras, está perfeitamente claro como deve ser feito”, reforçou o responsável, que considera inaceitável que as pessoas tenham de ir buscar semanalmente os medicamentos, pois “cria condições para que as pessoas desistam de ir levantar a medicação”, concluiu: “não podemos querer que as pessoas mantenham o tratamento e depois não lhes dar condições. Falhar o tratamento é o primeiro passo para a evolução da doença”.

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