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Capazes revoltadas com Moura Guedes por causa das “reuniões de tupperware”

O comentário de Manuela Moura Guedes sobre as mulheres que protestaram contra Bolsonaro levou a uma reação da Capazes, que reagiram ao “discurso machista vindo da boca de uma mulher”.

Assinada por Isa Silva, a crónica da Capazes surge quase uma semana depois da intervenção da ‘procuradora’ da SIC.

Em causa estava o comentário de Manuela Moura Guedes sobre as eleições no Brasil, com a jornalista a destacar um protesto de deputadas de esquerda (“os de direita foram convidados, mas nenhum compareceu”, explicou Isa Silva).

“Foi contraproducente. Estamos a ver uma foto de deputadas que aderiram a esse movimento, que é estranho”, afirmou Manuela Moura Guedes.

“Elas não vivem no Brasil, não têm a ver com a situação. É uma daquelas coisas a que aderem porque sim, porque basta ser-se mulher e pensar que se é uma minoria para se ser ativista”, acrescentou.

E a declaração seguinte da ‘procuradora’ foi a acha que atiçou a fogueira da Capazes.

“Antes, as mulheres faziam reuniões de tupperware, hoje em dia juntam-se, acham que basta ter um cartaz, pôr umas t-shirts com umas palavras e acham-se com superioridade moral para serem ativistas”, afirmou Manuela Moura Guedes.

As ativistas da mais conhecida plataforma feminista portuguesa não gostaram.

“Não posso esconder que me senti fortemente incomodada ao ver uma mulher, num espaço de exposição mediática como é o jornal da SIC, diminuir desta forma a luta de outras mulheres que vivem num país onde ser mulher e/ou membro da comunidade LGBTI é extremamente perigoso”, condenou Isa Silva.

Para a cronista da Capazes, “este tipo de declarações, irrefletidas e inconsequentes, põem Manuela Moura Guedes no mesmo patamar que aquelas pessoas que colocam, por exemplo, os refugiados no mesmo saco que os terroristas”.

“Custa-me ouvir este discurso machista vindo da boca de uma mulher. Uma mulher que ocupa o espaço público, uma mulher esclarecida, informada, empoderada. Uma mulher com responsabilidades que, antes de qualquer outra coisa, deveria estar consciente do seu privilégio”, condenou a ativista.

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