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Cancro: Peritos alertam para a falta de equipamentos em Portugal

estetoscopioadse radioterapiaPortugal não tem equipamentos suficientes para atender a todas as necessidades da área oncológica. O diagnóstico é da equipa de peritos nomeada pelo Governo. As principais carências estão ao nível da medicina nuclear e da radioncologia.

A atualização da carta de equipamentos médicos pesados, que ainda data de 1998, permitiu à equipa de peritos nomeada pelo Governo identificar as principais carências na resposta oncológica, avança o Expresso.

A principal conclusão é alarmante: Portugal não tem equipamentos suficientes para atender às necessidades, em especial ao nível da medicina nuclear e da radioncologia.

Esta falta será agravada pelas dezenas de dispositivos cujo prazo de vida útil expira este ano.

O relatório salienta como exemplo os aceleradores lineares, equipamentos utilizados nos tratamentos de radioterapia externa. Em vez dos 60 considerados necessários (face ao número de doentes com cancro em Portugal), há somente 45.

Desses, 29 encontram-se em unidades hospitalares do Estado.

Produtividade

Outro exemplo: as quatro PET e PET-TC (equipamentos que traçam uma imagem preparatória para os tratamentos) que impedem o Sistema Nacional de Saúde (que junta unidades públicas e privadas) de atingir o mínimo considerado necessário de 14 equipamentos.

Dos 10 PET e PET-TC atualmente em funções, apenas três se encontram em unidades públicas.

A atualização da carta de equipamentos médicos pesados identificou ainda casos de dispositivos cuja ‘oferta’ está em excesso, como ressonâncias magnéticas, tomografias computorizadas e angiógrafos.

Segundo os peritos, Portugal tem 241 equipamentos pesados, dos quais 223 estão em unidades do Serviço Nacional de Saúde, em especial na região Norte.

A nível global, os dispositivos que estão em excesso são também os que produzem menos face ao que seria expectável em condições ideais.

“‘Down-times’ inadmissíveis”

“A curto prazo, há a necessidade premente de investimento na substituição de equipamentos que ultrapassaram já a sua vida útil, apresentando ‘down-times’ inadmissíveis por avarias e reparações sucessivas”, salienta o relatório.

Isto significa que uma grande parte dos dispositivos está prestes a atingir o prazo de vida útil. Traçando como referencial um prazo máximo de 12 anos, serão 30 os equipamentos a expirar este ano.

“Por outro lado, estes equipamentos veem os seus contratos de manutenção a extinguirem-se, uma vez que as empresas deixam de assumir a responsabilidade pela manutenção de máquinas, cujos componentes e acessórios estão, na maioria dos casos, descontinuados”, apontaram ainda os peritos.

Em conclusão: “este facto é ainda mais gravoso se atentarmos que estes equipamentos estão ainda em atividade e, portanto, são efetivas para a produção nos serviços em que estão instaladas”.

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