Por volta da mesma idade, continua Martin Usborne, “comecei a sentir uma profunda afinidade com os animais, em particular a sua situação nas mãos dos seres humanos”. “Lembro-me de estar a ver na televisão um cão que está a ser posto num saco plástico e a ser expulso. O que mais me chocou foi que o cão não podia responder, foi a mudez que me aterrorizou”, recorda.
Nesta série, o inglês quis “explorar esse sentimento, tanto em relação a mim mesmo e para os animais em geral”. A fotografia foi “a ferramenta perfeita”, pois “o cão está realmente preso” e isolado entre duas camadas de vidro, “o da lente e o da janela do carro”.
“Quando comecei este projeto, eu sabia que as fotos seriam escuras. O que eu não esperava era ver tantas reações subtis dos cães: alguns tristes, alguns expectantes, alguns irritados, alguns abatidos. Foi como abrir uma caixa de lápis de cor cinza e ficar surpreendido ao ver tantas matizes no interior”, conclui.
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