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Brasil tem 3,3 milhões de pessoas à procura de trabalho há pelo menos dois anos

O Brasil tem 3,347 milhões de pessoas que procuram emprego há pelo menos dois anos, número que representa 26,2 por cento dos desempregados no país no segundo trimestre deste ano, divulgaram hoje fontes oficiais.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram que um em cada quatro desempregados no país sul-americano estão há mais de dois anos à procura de trabalho, o maior registo para um trimestre desde 2012.

“A partir de 2016, o contingente de desempregados que procuravam trabalho apresentou crescimentos sucessivos, atingindo o maior percentual (26,2 por cento) no 2.º trimestre de 2019. (…) Em números absolutos, 1,8 milhões de desempregados procuravam trabalho há menos de um mês, enquanto 3,3 milhões procuravam uma ocupação há dois anos ou mais”, declarou o IBGE no seu relatório.

Em apenas um ano, houve um acréscimo de 196 mil pessoas que estão à procura de emprego há dois anos ou mais.

Esse total era de 1,435 milhões de pessoas em 2015, um indicador com tendência de crescimento em função da dificuldade da inserção no mercado de trabalho a partir do início da crise económica, em finais de 2014, segundo o instituto.

“A proporção de pessoas à procura de trabalho em períodos mais curtos está a diminuir, mas tem crescido nos mais longos. Parte delas pode ter conseguido emprego, mas outra parte aumentou o seu tempo de procura para os dois anos”, disse a analista da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, Adriana Beringuy.

Porém, o IBGE revelou ainda que a taxa de desemprego no Brasil recuou para 12 por cento no segundo trimestre de 2019, 0,7 pontos percentuais a menos do que nos primeiros três meses do ano.

Em relação ao mesmo trimestre de 2018, a diminuição foi de 0,4 pontos percentuais.

Dez estados brasileiros tiveram recuos na taxa de desemprego, sendo que Santa Catarina (6 por cento), Rondônia (6,7 por cento) e Rio Grande do Sul (8,2 por cento) foram as regiões com menores taxas.

As maiores taxas de desemprego foram observadas na Bahia (17,3 por cento), Amapá (16,9 por cento) e Pernambuco (16 por cento).

Já aqueles que o IBGE denomina como “desalentados” – cidadãos que desistiram de procurar emprego – no segundo trimestre ficaram em 4,9 milhões.

“O elevado tempo de procura por emprego é um dos fatores que ajudam a explicar o desalento”, analisou o IBGE, acrescentando que o maior número de ‘desalentados’ está na Bahia, com 766 mil pessoas, e no Maranhão, com 588 mil pessoas que desistiram de procurar trabalho.

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