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“Bombeiros exaustos fazem trabalho do ICNF de forma gratuita”, denuncia comandante

Uma carta do ‘pai’ dos Bombeiros da Marinha Grande está a viralizar desde ontem pelas ‘verdades’ que diz ao ministro da Agricultura. Vítor da Graça lembra, por exemplo, que são os “bombeiros exaustos” que andam a fazer, “gratuitamente”, o trabalho dos técnicos do ICNF e dos sapadores florestais.

Numa longa exposição endereçada a Capoulas Santos, o comandante dos Bombeiros Voluntários da Marinha Grande fez questão que não podia ficar indiferente quando andam a “gozar” com os soldados da paz.

“Infelizmente, observo que continuamos a ser desrespeitados enquanto operacionais, com impacto nas nossas vidas pessoais e familiares, por entidades com rostos e nomes, que existem, não cuidam nem cumprem o que está legislativamente escrito”, começa por apontar Vítor da Graça.

“Se a tragédia nas Matas Nacionais era há muito tempo anunciada, logo aí se via que que os deveres de quem os tinha não eram cumpridos. E agora continuam a não cumprir com outros dos seus deveres plasmados em lei”, acusou o responsável dos bombeiros da Marinha Grande, apontando o dedo aos técnicos do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e outros que recebem para, supostamente, fazer tal trabalho.

“É triste para mim, enquanto operacional responsável, sentir que têm que ser os mesmos homens e mulheres que, de forma gratuita, combateram as chamas, defendendo o que estava muito pouco limpo, a continuar gratuitamente a fazer o trabalho do ICNF. Isto quando existem pessoas a ser pagas através desse mesmo organismo, que continuam a não querer saber delas, descartando a responsabilidade legalmente atribuída nos bombeiros exaustos, que têm que continuar gratuitamente a fazer o trabalho que deveria ser feito por quem de direito”, acusou Vítor da Graça.

A carta não demorou a viralizar nas redes sociais e é fácil entender porquê: é o sentimento de revoltar perante o empurrar das responsabilidades para “quem anda exausto” de tanto combater o fogo. “Voluntário, sem qualquer remuneração”, convém não esquecer.

“É triste assistir, durante a evacuação de um barracão das Matas Nacionais em Pedreanes, por causa do incêndio, saírem lá de dentro mais viaturas de combate do ICNF do que as que eu tinha no terreno em combate. E essas saíram mas não foi para combater, foi apenas para não arderem”, continuou Vítor da Graça.

Entre muitas outras denúncias e queixas, o responsável dos Bombeiros da Marinha Grande exige saber para que se paga ao ICNF quando são os voluntários quem tem de acorrer às emergências.

“Honestamente, estão a gozar com quem? Para que servem os meios humanos do ICNF? (…) É triste ligarmos para os Serviços Florestais às 17h03 de sexta-feira (…) e a resposta da senhora que atende é a de que o horário de saída é às 17h00, além de que tinham dado a tarde para compensar as horas no incêndio”.

E ficam as questões para Capoulas Santos, o ministro da Agricultura, responder: “Como é que compenso todos os bombeiros por tudo extra que fizeram em tantos dias? Como é que compenso os bombeiros por andarem a fazer gratuitamente, o trabalho que deveria ser feito por quem é pago?”

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