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O Bom, o Mau e o Vilão

Texto de Pedro Valadas

Cada dia é um desafio em que nos questionamos sempre com a mesma pergunta: Como vamos sobreviver nesta selva semicivilizada?

Trabalhar.

O trabalho é feito de variadíssimos fatores, um assunto um pouco complicado de falar pois existem milhões de experiências vividas onde muito poucas são expostas, sendo injusto apontar o dedo a alguém no que toca ao trabalho.

Desde cedo na vida, mata-se a criatividade das crianças e começa-se a consciencializar os alunos nas escolas de que têm de trabalhar em algo, quase que como introduzindo num ciclo  de nascer, trabalhar e morrer.

Apesar de não ser absoluta, é uma realidade que existe e que, na minha opinião, afeta a maioria da população.  Os adolescentes acabam o ensino secundário (e alguns nem isso),  querem avançar nos estudos para praticarem a profissão que idealizaram para eles mas não conseguem, pois as propinas da Universidade e os outros custos inerentes são demasiado caros, os pais não têm posses para ajudar, não há trabalho, não há bolsa o que acontece?

É simples, não há estudos, acabam-se os sonhos, fecha-se a porta e cai-se na realidade generalizada, o fracasso fica eminente no rosto dessas pessoas.

Resta apenas saber se são ambiciosos o suficiente para inverter a situação, para remar contra a  maré e triunfar. Quantos se atrevem a desafiar o “sistema”, bater o pé e dizer perante as dificuldades, vou conseguir e ponto final?

Assisto regularmente, para não dizer diariamente, a situações que enquanto cidadão português me deixam perplexo, porque o problema, além das burocracias, reside na atitude de cada um.

Nem todo o português é burguês, mas todo o freguês o faz parecer, como se de semi deuses se tratasse.

O grande erro da maioria das empresas, sejam elas de que classe forem,  é não perceberem que tudo o que existe é de pessoas para pessoas. Olham para as pessoas enquanto números, enquanto desculpam a má educação com mau humor, são conceitos diferentes que se tende a confundir e que, enquanto bons samaritanos, aceitamos com uma certa levidade e lá se vão engolindo uns “sapos”.

A incompetência neste país reflete-se de varias maneiras ,como por exemplo em leis, como é possível uma pessoa que não tenha capacidade para trabalhar ganhar um subsidio misero que nem garante as necessidades básicas, e  pessoas que estão em casa  sem trabalhar receber um subsidio de reinserção social até três vezes maior que o ordenado mínimo português? Isso meus caros, é pura e simplesmente incompetência, afinal, estão a reinserir essas pessoas no quê, sinceramente?

Mas claro, ninguém questiona verdadeiramente, ninguém rema contra esse tipo de leis, contra esse tipo de interesses, que nos afundam.

Com tantos jogos de tabuleiro porque têm de jogar com a vida das pessoas?

A minha única questão é, quando irá chegar o ponto de ebulição, em que diremos basta à maior causa de fracasso humanitário deste país, que se designa por incompetência?

Os cravos nunca mataram ninguém mas oxalá matassem este espírito pobre que paira sobre a pátria.

“Todos nós nascemos originais e morremos cópias.” [Carl J. Jung]

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