Deputado do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda, considera que o discurso de Passos Coelho, no encerramento do Congresso do PSD, é um “deserto de ideias”, de onde se destaca apenas uma proposta para uma Comissão de Inquérito às parcerias público-privadas do setor rodoviário. O Bloco de Esquerda lança o desafio ao PSD, para que “todas as parcerias sejam clarificadas”.

As palavras Pedro Passos Coelho no discurso de encerramento do Congresso do PSD são, para Luís Fazenda, um “deserto de ideias”, com um oásis: a proposta de uma Comissão de Inquérito, no Parlamento, às parcerias público-privadas do setor rodoviário.

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda considera que, “a bem de uma transparência total”, e para que se conheça a “promiscuidade” dessas parcerias, que responsabiliza “todos os Governos que as estabeleceram”, é bom que a “a Assembleia da República possa fazer um escrutínio de todos os aspetos contratuais”.

Nesse sentido, Luís Fazenda faz um pedido ao Governo liderado por Passos Coelho: “Queríamos fazer um desafio ao PSD e CDS para que esse inquérito seja alargado a todas as parcerias, do setor rodoviário, Justiça, Saúde e outras com quem o Estado tenha firmado acordos, endossados com entidades bancárias, com juros elevadíssimos”.

Segundo o Bloco “o caso é demasiadamente sério para que se esteja a passar culpas, hipotecando futuras gerações”. E assim Passos Coelho deve dar um passo no sentido de permitir “vigilância dos poderes políticos”. E “este é o momento” para o fazer.

“É preciso diminuir a dívida e baixar os encargos do Estado. Desafiamos o PSD para que se destaque de uma lógica de passar culpas ao anterior Governo e que torne claro todas as parcerias público-privadas”, afirmou o deputado, em reação ao discurso de Passos Coelho, numa declaração aos jornalistas.