Banco de Portugal destaca reforço da resiliência do sistema bancário português
O sistema bancário português está mais resiliente, com melhorias nos principais rácios entre 2016 e 2017, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
De acordo com dados hoje divulgados pelo regulador e supervisor bancário relativos à atividade de 2017, houve uma melhoria do rácio de solvabilidade Common Equity Tier (CET) 1 – os elementos de capital de maior qualidade – no agregado do sistema bancário, que passou de 11,4 por cento em 2016 para 13,9 por cento em 2017.
Ao nível da qualidade dos ativos, o rácio de cobertura NPL (sigla em inglês para crédito não performativo) melhorou para os 49,3 por cento (dos 45,3 por cento de 2016) e o rácio de empréstimos e depósitos aumentou para os 92,6 por cento (dos 95,3 por cento de 2016).
No âmbito da sua responsabilidade pela estabilidade financeira, o Banco de Portugal recorda que concluiu a venda de 75 por cento do capital do Novo Banco à Lone Star, “tendo a conclusão deste processo eliminado uma incerteza que condicionava a avaliação externa sobre o sistema bancário português”, lê-se num comunicado enviado pelo regulador.
Segundo o BdP, no quadro da sua missão de promoção e salvaguarda da estabilidade financeira, destaca-se, no ano passado, o facto de o Banco de Portugal ter concluído o processo de venda do Novo Banco, ter lançado o novo Portal do Cliente Bancário e ter sido bem-sucedido na avaliação internacional do sistema de supervisão de prevenção e combate ao branqueamento de capitais.
“A concretização da venda do Novo Banco foi um dos momentos marcantes da intervenção do Banco de Portugal em 2017, tendo a conclusão deste processo eliminado uma incerteza que condicionava a avaliação externa sobre o sistema bancário português”, refere.
Merece igualmente destaque, no quadro da sua função de autoridade de supervisão prudencial, a participação no processo de pré-resolução do Banco Popular Espanhol, que permitiu assegurar o normal funcionamento da filial em Portugal, através da sua proteção no contexto da medida de resolução adotada.
Ao nível do modelo de negócio das instituições supervisionadas, destaca-se o trabalho desenvolvido em matéria de NPL, através da imposição e monitorização de planos estratégicos de redução de NPL, que contribuíram para uma diminuição significativa de cerca de 9.300 milhões de euros destes ativos no balanço do sistema bancário em 2017.