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Autárquicas: Polémica no Alentejo parece cena de novela

Uma espécie de ‘novela’ autárquica vai tendo lugar na Vidigueira, no Alentejo, num dos bastiões do PCP.

Segundo conta o Diário de Notícias (DN), “o presidente da câmara, eleito pela CDU, não apoia o candidato da CDU, e até o despediu. Tudo porque o PCP não lhe apoiou a candidatura da sua vice-presidente… e namorada”.

O atual chefe do Executivo camarário é Manuel Narra, um funcionário bancário, que está em fim de missão e não se pode recandidatar por causa da limitação de mandatos.

A ideia de Narra era fazer avançar Helena D’ Aguilar, jovem animadora sócio-cultural que Narra “fez sua vice-presidente na câmara (cargo que ainda detém)”, mas que não é filiada no PCP.

“Só que o PCP não quis – porque são os órgãos próprios do partido quem decide os candidatos e não os autarcas eleitos, para mais em fim de prazo . E também não quis porque foi sensível à maledicência local que se gerou em torno de um facto muito simples: Narra e Aguilar (que não é militante do partido) são namorados. Não é difícil imaginar a má-língua pelos cafés da terra”, escreve o DN.

O candidato do PCP é Rui Raposo, que fazia parte da máquina administrativa da autarquia (era assessor de Narra) mas terá sido despedido após ser escolhido pelos comunistas para ir à luta autárquica na Vidigueira. E o despedimento terá sido particularmente ‘delicad’.

“Mas parece que o fez de forma particularmente brutal, perante funcionários da autarquia, e tudo isso gerou um enorme sururu na vila. Na sequência desse despedimento, o pai de Raposo, dono do restaurante [O Raposo – muito conhecido na localidade], sofreu um AVC.”

O pai de Rui Raposo já recuperou e a candidatura do filho continua em marcha… tal como a de Helena D’Aguilar, que avança com o “Movimento Vidigueira Independente”.

Mas o caso particular das eleições autárquicas na Vidigueira não fica por aqui.

O PSD ausentou-se da corrida, uma vez que o candidato escolhido não avançou.

“Desisti por motivos de ordem pessoal e familiar apenas, não teve nada a ver com questões de ordem política”, diz Guido Rodrigues, em declarações ao DN.

Com tudo isto, a autarquia pode acabar nas mãos do PS, com José Miguel Almeida (presidente da Adega Cooperativa da Vidigueira) a estar na corrida para as eleições.

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