As previsões meteorológicas apontam para baixos níveis de precipitação em Portugal Continental durante o mês de fevereiro, o que, a confirmar-se, agrava o cenário de seca. Um relatório do Observatório das Secas adianta que dezembro em janeiro foram poucos chuvosos.

A possibilidade de seca extrema em Portugal Continental é um cenário cada vez mais provável, só evitado se durante o mês de fevereiro a precipitação for intensa. Um relatório do Observatório das Secas do Instituto de Meteorologia aponta esse cenário como provável e revela ainda dados sobre as chuvas nos últimos meses de inverno.

Se dezembro foi muito pouco chuvoso, com menos precipitação do que a média verificada nos últimos 30 anos, janeiro manteve a tendência primaveril. Por cada gota de chuva caída nestes meses, deveriam ter caído sete, imagem que permite perceber a reduzida quantidade de precipitação.

Portugal Continental está já numa situação de seca no mês de janeiro, em virtude das condições meteorológicas anormais, mas esse cenário pode ser agravado, se as previsões relativas a fevereiro (pouca chuva) se mantiverem.

Segundo o Instituto de Meteorologia, a seca é ligeira em 13 por cento do território continental, moderada em 76 por cento e grave em 11 por cento. A agricultura está já a sofrer os efeitos das condições meteorológicas.

Recorde-se que Portugal enfrentou uma seca grave em 2005, o que obrigou o Governo a tomar medidas. No entanto, a seca que se prevê não deve atingir as mesmas proporções. Recorde-se que em 2005, por esta altura, havia um quarto do território em seca moderada, metade em seca severa e 22 por cento em seca extrema.

As previsões meteorológicas para os primeiros dias de fevereiro, segundo o Instituto de Meteorologia, apontam para a queda de chuva, mas fraca.

O meteorologista Manuel Costa Alves, em declarações recentes à Lusa, já previra este cenário: “O país só evitará seca extrema se o mês de fevereiro for muito chuvoso. O mês de janeiro não trouxe a precipitação normal para a época do ano, daí que, se o sol continuar, Portugal terá um grave problema.

Apesar de as chuvas no próximo mês poderem evitar este cenário de seca, há uma realidade incontornável: “A precipitação da primavera nunca é suficiente para corrigir a ausência de chuvas no inverno”. Não é só em Portugal Continental que o problema da falta de chuvas se coloca. Também nos Açores e na Madeira há seca em perspetiva.