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António José Seguro: “O país não aguenta mais austeridade. Chegámos ao limite”

antonio jose seguroAntónio José Seguro, secretário-geral do PS, considerou hoje que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho deve “um pedido de desculpa ao país”. Seguro acusa o Governo de “falhar completamente” e salienta que Portugal “não aguenta mais austeridade”. Passos Coelho, que “está de costas voltadas para o país”, deve “pedir desculpa” aos portugueses.

António José Seguro, que visitava na manhã de hoje o SISAB, mostra de mais de 500 empresas portuguesas exportadoras, teceu duras críticas ao primeiro-ministro, reiterando algumas das ideias que tem defendido. O secretário-geral do PS foi duro para com Passos Coelho, acusado de estar “de costas voltadas para o país”.

“É inaceitável que o primeiro-ministro reaja aos números do desemprego considerando que estavam em linha com as previsões. Após serem conhecidas as previsões do Eurostat, que aponta para uma crescimento ainda maior do desemprego e para uma queda da economia, o primeiro-ministro vem dizer que Portugal está no bom caminho. Isto é aceitável? Passos Coelho está de costas voltadas para o país”, disse António José Seguro aos jornalistas, à margem da visita àquela feira.

O secretário-geral do PS considerou ainda que as mais recentes previsões económicas “a receita do primeiro-ministro falhou completamente”. E esta sétima avaliação da troika deve servir para que Passos Coelho “abdique” do corte de 4000 milhões de euros.

“O país não aguenta mais austeridade. É impossível. Chegámos ao limite. E esta receita demonstrou que o país não resolveu nenhum dos seus problemas e, pelo contrário, criou outros”, salientou.

António José Seguro referiu, por outro lado, que “é inaceitável que Portugal tenha um milhão de desempregados e que a economia continue a cair”. E lembrou que “não foi necessário mais de dois meses para que o Governo tenha percebido que a contração da economia será o dobro daquilo que tinha sido previsto pelo próprio Governo”. Seguro reitera: “Isto é inaceitável”.

A solução para este cenário económico adverso, cujo culpado, segundo Seguro, é apenas Pedro Passos Coelho, é renegociar algumas metas inscritas no memorando com a troika.

“Nós só podermos reduzir o nosso défice se houver crescimento da economia. E as condições do nosso ajustamento devem ser renegociadas, desde metas do défice, ao tempo do ajustamento e menos juros. Vamos pagar 7,2 mil milhões de juros só neste ano. Não temos capacidade de o fazer. Precisamos de uma estratégia, acima de tudo”, afirmou o secretário-geral do PS.

António José Seguro repetiu que está disponível para se sentar à mesa das negociações com o Governo, mas exige um pedido de desculpa de Passos Coelho aos portugueses.

“O primeiro-ministro tem de fazer, antes de iniciar o diálogo, de pedir desculpa aos portugueses. E isso ainda não fez. O Partido Socialista esteve sempre aberto ao diálogo e pronto para apresentar propostas. A realidade deu-me razão”, afirmou Seguro.

O pedido de mais tempo para cumprir o défice – que será feito pelo Governo à troika – vai, segundo Seguro, de encontro à estratégia que o PS tem defendido: “Há mais de ano e meio que ando a dizer que Portugal precisa de mais tempo”. No entanto, lembra António José Seguro, “Portugal não precisa de mais tempo para continuar a aplicar a mesma receita da austeridade”.

Quando peço mais tempo, quero dizer que isso é condição para a nossa economia crescer”, salienta, defendendo uma “alteração das políticas europeia e nacional”.

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