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António Costa promete fazer o “humanamente possível” para evitar novas tragédias

O primeiro ministro dedicou grande parte da tradicional mensagem de Natal aos fogos, mas elogiou a reação coletiva às tragédias. António Costa não esqueceu as conquistas do ano e assumiu que o “emprego digno” é uma prioridade para 2018.

Os incêndios de junho e outubro que assolaram o país – e onde mais de cem portugueses perderam a vida – foram o tema dominante da mensagem de Natal do primeiro-ministro, António Costa.

Numa mensagem transmitida na RTP1 e RDP, o chefe do governo assumiu que o corrente ano ficou “drasticamente marcado” pela tragédia, mas sublinhou a “coragem, altruísmo e entreajuda” de todos os que participaram no combate aos incêndios e nos esforços de auxílio às populações.

“Não esqueceremos nunca a dor e o sofrimento das pessoas, nem o nível de destruição desta catástrofe”, garantiu. “Foi uma tragédia para as famílias que perderam os seus familiares e os seus bens. Foi uma tragédia para as populações e as terras fustigadas pelo fogo. Foi uma tragédia para todo o País. Foi um momento de luto nacional, que sofremos coletivamente”.

No lado positivo da tragédia, para António Costa, está também a decisão de “não desistir, de não abandonar, de reconstruir o que foi destruído, de fazer renascer o que foi devastado”.

“Não esqueço as pessoas que em Vila Facaia reencontraram um lar nas suas casas já totalmente reconstruídas, ou em São Joaninho, os voluntários que reconstroem as habitações dos que ainda aguardam regressar às suas casas. Ou em Oliveira de Frades, as empresas de madeira que, dias depois do incêndio, voltaram a laborar em instalações cedidas por outras empresas. Ou em Castanheira de Pera, os proprietários da serração destruída que tudo fizeram para continuar a pagar os salários aos seus trabalhadores”, distinguiu, elevando depois os “pequenos agricultores que lutam para alimentar os animais cujas pastagens arderam”, em Vila Nova de Poiares e Góis, “ou a Pampilhosa da Serra onde a celebração do Natal inspira este tempo de renascer”.

O que ainda está por realizar mereceu também uma “promessa possível” por parte do primeiro-ministro, reafirmando, “perante os portugueses, o compromisso de fazer tudo que tem de ser feito para prevenir e evitar, naquilo que é humanamente possível, tragédias como a que vivemos”.

Nesse sentido, Costa admitiu que isso passa pela melhoria da “prevenção, o alerta, o socorro, a capacidade de combater as chamas”, mas alertou que isso só será possível “concentrando-nos com persistência no que exige tempo, mas que é mais decisivo e estrutural: a revitalização do interio e o reordenamento da floresta”.

“Compromisso de fazer tudo que tem de ser feito para prevenir e evitar, naquilo que é humanamente possível, tragédias como a que vivemos”.

Com o assunto dos fogos terminados, o primeiro-ministro centrou-se no que de positivo aconteceu neste ano, admitindo que em 2018 “vamos ter o maior crescimento económico desde o início do século, as empresas já criaram 242 mil novos postos de trabalho, a pobreza e a desigualdade diminuíram e o país cumpriu as metas orçamentais, registando o défice mais baixo da nossa democracia, assegurando a saída do Procedimento por Défices Excessivos”.

“Libertámo-nos da austeridade e conquistámos a credibilidade”, sublinhou. “Chegou o tempo de vencer os bloqueios ao nosso desenvolvimento”.

“O emprego está no centro da nossa capacidade de conquistar o futuro. Não apenas mais, mas melhor emprego. Essa é a prioridade que definimos para o ano de 2018”, apontou.

Na mensagem de Natal de 2016, recorde-se, António Costa tinha identificado a Educação como a principal prioridade para o novo ano.

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