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Alegre acusa Cavaco de “golpe de Estado” e espera “insubordinação do PS”

Palavras duras do histórico socialista. Para Manuel Alegre, o Presidente da República levou a cabo “um golpe de Estado”, ao afastar partidos de uma solução governativa. Cavaco “nunca se identificou com o regime democrático”, diz Alegre, que espera agora uma “cisão e insubordinação” do Partido Socialista

Em entrevista à TSF, Alegre reagiu às palavras de Cavaco Silva, na mensagem de ontem ao País.

As críticas do histórico socialista são extremamente duras e resultam da decisão de Cavaco, que ignorou a solução apresentada por PS, Bloco de Esquerda e Partido Comunista.

“Este Presidente da República nunca se identificou profundamente com o regime democrático e com o 25 de Abril. Tenho muita pena de o dizer, mas é hora de o dizer”, defendeu, em entrevista à TSF.

Manuel Alegre apontou ainda um “golpe de Estado feito pelo Presidente da República”, que, por “por razões ideológicas, de sectarismo, facciosismo e de reacionarismo”, decidiu ignorar a maioria parlamentar da esquerda, comportando-se como “um fora da lei”.

O socialista acredita, no entanto, que os partidos alternativos à coligação de direita vão estar unidos. E Alegre espera também uma “cisão e insubordinação do PS”, relativamente às posições apresentadas pelo chefe de Estado.

Recorde-se que ontem Cavaco Silva indigitou Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro e deixou no ar a ideia de que não permitirá uma alternativa de esquerda, quando o Governo cair – o que vai suceder.

O Presidente da República poderá optar por um Governo de gestão, em vez de chamar António Costa para formar um executivo, como líder do segundo partido mais votado.

A comunicação de Cavaco feita ao País gerou polémica e deixou a esquerda ainda mais unida, no combate à coligação. Paradoxalmente, o Presidente da República poderá ter provocado no PS um cerrar de fileiras em torno de António Costa, secretário-geral que não recolhe consensos dentro do partido.

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